Vagas de emprego nos EUA recuam em abril, mas mantêm níveis altos

Dados sugerem pouco alívio para os empregadores que lutam para atrair e reter trabalhadores, mostrando que os salários continuarão subindo

Número de vagas disponíveis caiu para 11,4 milhões no mês de abril, praticamente em linha com o esperado
Por Reade Pickert
01 de junio, 2022 | 11:32 AM

Bloomberg — As vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos caíram em abril, após recorde no mês anterior, mas ainda permanecem em níveis elevados, representando quase o dobro do número de americanos desempregados. Os dados sugerem pouco alívio para os empregadores que lutam para atrair e reter trabalhadores, mostrando que os salários continuarão subindo.

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O número de vagas disponíveis caiu para 11,4 milhões no mês, ante as 11,9 milhões em março, após os dados serem revisados para cima, de acordo com a Pesquisa de Vagas e Rotatividade de Trabalho (JOLTS, na sigla em inglês), divulgada pelo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (1). A previsão mediana em uma pesquisa da Bloomberg com economistas apontava para 11,35 milhões de vagas.

As vagas abertas de emprego nos EUA reduziram em relação ao pico, mas permanecem excepcionalmente altas

O relatório JOLTS tornou-se um dos principais indicadores do aperto do mercado de trabalho dos EUA, muitas vezes utilizado por funcionários do Federal Reserve, o banco central americano, como um sinal de que a economia pode suportar taxas de juros mais altas sem um salto significativo no desemprego.

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Os formuladores de política do BC americano pretendem reduzir a demanda por mão de obra, de forma a esfriar o crescimento salarial e ajudar a reduzir a inflação, sem que isso leve a uma recessão.

O número de vagas um pouco menor, embora ainda elevado, mostra que a demanda por mão de obra continua forte. As empresas estão lutando para contratar de um grupo limitado de trabalhadores, o que mostra o descompasso na oferta e demanda de trabalho que mantém o crescimento dos salários. Há, contudo, sinais de que esses ganhos podem estar chegando ao pico, algo animador para o Fed e também para os trabalhadores americanos.

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Em abril, cerca de 4,4 milhões de americanos deixaram seus empregos, em linha com o mês anterior. A taxa de desistências, uma medida de abandono voluntário do emprego como proporção do emprego total, permaneceu inalterada em 2,9%.

Havia cerca de 1,9 empregos para cada pessoa desempregada em abril, um pouco abaixo do apresentado de março. No começo desta semana, o governador do Fed Christopher Waller disse que uma política mais rígida não levará a um grande aumento no desemprego, já que a demanda por trabalhadores permanecerá forte.

Baixo número de demissões

As demissões caíram para um novo mínimo em abril, mas outros dados do Departamento do Trabalho mostraram um aumento nos pedidos de seguro-desemprego nas últimas semanas. As contratações se mantiveram estáveis em um nível elevado.

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A diminuição das vagas de emprego refletiu as quedas em saúde e assistência social, comércio varejista e serviços de hospedagem e alimentação. Setores como transporte, armazenamento e serviços públicos, bem como manufatura, registraram aumentos notáveis.

Um outro relatório também divulgado nesta quarta (1) apontou para vagas contratadas no setor de manufatura, pela primeira vez desde novembro de 2020. Os números do JOLTS mostraram que as contratações no setor caíram em abril, apesar do aumento das vagas.

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Os dados precedem o relatório mensal de empregos, o Payroll, a ser divulgado na sexta-feira (3), que deve mostrar que os EUA adicionaram 325.000 vagas em maio, e uma queda da taxa de desemprego para 3,5%, o que corresponderia ao menor patamar desde 1969.

-- Com a colaboração de Chris Middleton e Olivia Rockeman.

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