Bloomberg Línea — Inverno das startups e dificuldade de captação? Para a Inventa, startup que conecta pequenos e médios lojistas a fornecedores, este não tem sido o caso. Com um ano de vida, a empresa anunciou nesta quarta-feira (27) que recebeu uma rodada Série B de US$ 55 milhões (R$ 260 milhões) liderada pelo fundo de venture capital norte-americano Greylock Partners, que está investindo pela primeira vez no Brasil.
Outros investidores globais e locais participaram da captação, como a Andreessen Horowitz (a16z) e a Monashees - que lideraram a Série A de US$ 20 milhões em janeiro -, Founders Fund, Tiger Global, NXTP, ONEVC MAYA, Pear VC, Avenir Growth e A* Capital. É a terceira rodada da startup, que, ao todo, já captou R$ 405 milhões.
“Não precisamos do capital. Mas é importante para acelerarmos com novas categorias de produtos. São investidores que já conhecíamos desde muito tempo, não é como se tivéssemos acordado um dia e fechado o acordo. São conversas de tempos, eles vão vendo os resultados da companhia, entendendo o que estamos fazendo e o porquê”, disse Marcos Salama, CEO e cofundador da Inventa, em entrevista à Bloomberg Línea.
“Nós temos uma estratégia bem definida e clara. Esta rodada nos ajuda a aprofundar categorias existentes e agora abrir novas categorias como acessórios, bijuterias, porque nossos clientes - pequenas e médias lojas - buscam esses produtos, é uma informação baseada em dados”.
O modelo de negócio da Inventa consiste em dar crédito para o pequeno e médio varejista ao mesmo tempo que faz a gestão de quanto ele gasta com produtos de fornecedores e usa tecnologia para recomendar produtos melhores. Nos últimos meses, a empresa diz ter saltado de aproximadamente 20 mil para mais de 40 mil lojistas clientes pelo Brasil, e dobrado o número de fornecedores para 800.
A Inventa pretende dar seus primeiros passos fora do Brasil entre o terceiro e quarto trimestre deste ano, expandindo para o México e Colômbia. “Temos a tecnologia de recomendação, que é algo difícil de construir e tem muito valor. É algo replicável, a expansão rápida é parte da nossa forma de trabalhar. O time tecnológico fica no Brasil, mas teremos times localizados nesses países”, disse Salama.
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Hoje a empresa tem cerca de 230 funcionários e pretende finalizar o ano com 500. “Número de pessoas não é uma medalha de honra, mas nosso negócio vai requerer time comercial para expandir. Asseguramos que cuidamos desse time o melhor possível”, disse.
Salama disse que em uma situação de alta inflação e juros, as soluções financeiras da startup, com prazo de 90 dias sem juros para os lojistas pagarem, e cartão de crédito sem taxa adicional, ajudam os varejistas.
“Estamos começando a entregar software gratuito para o fornecedor e para o lojista. Eles aprendem a vender melhor e a fazerem ofertas mais segmentadas”.
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