Bloomberg — A SpaceX, empresa de serviços de transporte espacial, demitiu “diversos funcionários” responsáveis por escrever uma carta aberta criticando o comportamento do CEO Elon Musk, de acordo com um memorando interno. O texto sugeria uma crescente discórdia com relação aos comentários controversos do bilionário.
A carta, que começou a circular entre os funcionários nos últimos dias, chamou o comportamento e os tweets de Musk de “uma fonte frequente de distração e constrangimento para nós”. O documento pedia ainda à liderança da SpaceX que condenasse e se distanciasse da “marca pessoal” de Musk.
No memorando visto pela Bloomberg, a presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell, disse que a empresa investigou a carta aberta e decidiu demitir os funcionários envolvidos. No e-mail, Shotwell afirmou que a situação “fez os funcionários se sentirem desconfortáveis, intimidados e irritados, porque os pressionou a assinar algo que não refletia suas opiniões”. “Temos muito trabalho crítico a fazer e não há necessidade desse tipo de ativismo exagerado”.
A SpaceX não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. As demissões foram relatadas anteriormente pelo New York Times. Segundo a agência de notícias Reuters, pelo menos cinco funcionários da empresa foram demitidos.
A reviravolta é uma situação incomum para a empresa que Musk mantém forte controle desde a sua fundação, há duas décadas. A Space Exploration Technologies Corp., que tem cerca de 12 mil funcionários, atende clientes privados e agências governamentais, como a NASA.
Musk, que também é CEO da fabricante de veículos elétricos Tesla (TSLA), costuma gerar controvérsias frequentemente, seja por suas opiniões a respeito de política, tweets grosseiros ou apologia às drogas.
No mês passado, o Insider informou que a SpaceX pagou US$ 250 mil a uma funcionária para resolver uma alegação de que ela foi assediada sexualmente por Musk em 2016. Ele rebateu as alegações, chamando-as de “totalmente infundadas”.
O bilionário também está em processo para adquirir o Twitter (TWTR) por US$ 44 bilhões. Na quinta-feira (16), ele se reuniu com funcionários pela primeira vez e defendeu que as pessoas devem ter permissão para publicar “coisas muito ultrajantes” na plataforma de mídia social.
-- Com a colaboração de Ed Ludlow.
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