Bloomberg Línea — A Simpar (SIMH3) é uma holding que tem atuado de uma forma que foge aos padrões de uma holding convencional. O grupo tem participado de forma ativa em todas as sete empresas que controla, desde quando a empresa conquistou a estrutura atual, em agosto de 2020.
Resultado da reorganização dos negócios da família que fundou a Júlio Simões Logística, a Simpar detém atualmente o controle da própria JSL (JSLG3), da Movida (MOVI3) e da Vamos (VAMO3), todas listadas na B3. Além disso, mantém sob seu guarda-chuva a CS Brasil, CS Infra, empresa de serviços públicos e gestão ambiental, a Original Concessionárias, grupo de revendas de carros e motos que adquiriu recentemente a rede AutoStar, e a BBC, plataforma de serviços financeiros que inclui leasing, seguros e financiamento para aquisição de veículos.
Com três de suas seis empresas já listadas, a expectativa da Simpar é “revelar tesouros fechados” ao mercado até 2025. “Temos pelo menos um ou dois ativos para revelar em um espaço de três anos”, afirma Denys Marc Ferrez, vice-presidente executivo de finanças da holding, à Bloomberg Línea. Segundo ele, até agora, a forma com que a holding revelou suas empresas para o mercado foi por meio de IPOs.
Na leitura da companhia, o mercado não percebeu ainda o potencial das empresas que ainda têm o capital fechado e parece não estar colocando no preço das ações a mudança de patamar ocorrida no grupo. Nos últimos 12 meses, os papéis praticamente andaram de lado, saindo de R$ 10,99 no início de maio do ano passado para os atuais R$ 11,35, acumulando uma modesta valorização de 3,3% no período.
“Precisamos continuar mostrando consistência nas entregas de todas as nossas empresas. Acreditamos que este ano teremos uma transformação ainda maior do que tivemos no ano passado. A empresa será ao final de 2022 mais parecida com o primeiro trimestre deste ano do que com a empresa que terminou 2021″, diz Ferrez.
Resultados do 1º trimestre
De janeiro a março, a Simpar registrou uma receita líquida de R$ 4,59 bilhões. O desempenho representa um crescimento de 75,2% em comparação aos resultados do primeiro trimestre do ano passado, quando a receita da holding foi de R$ 2,62 bilhões.
O resultado operacional da companhia também teve um avanço representativo. O Ebitda do primeiro trimestre de 2022 chegou a R$ 1,51 bilhão, mais do que o dobro dos R$ 733,7 milhões obtidos no mesmo período de 2021. O lucro líquido seguiu a mesma tendência, saindo de R$ 171,2 milhões no ano passado para R$ 328,5 milhões no primeiro trimestre deste ano, um avanço de 91,9%.
Das sete empresas do grupo, a Movida é a que contribui com a maior fatia da receita e também do lucro. Sozinha, a empresa de aluguel de carros representou no primeiro trimestre do ano 42,8% da receita da holding e 78,6% do lucro líquido. Já a JSL, empresa de logística que originou o conglomerado, foi responsável por 28,2% da receita, mas 10% do lucro. Já a Vamos, empresa de aluguel de caminhões e máquinas pesadas, respondeu por 20,6% da receita e por 37,1% do lucro líquido do período.
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