Bloomberg Línea — Pela primeira vez em 2022, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) elevou sua estimativa para a produção brasileira de grãos para a safra 2021/22. O número ainda está longe de ser as 289,8 milhões de toneladas projetadas em dezembro do ano passado, mas as 269,3 milhões anunciadas hoje, em princípio, representam o fim do ciclo de cortes que a estatal vinha fazendo desde janeiro deste ano.
A nova estimativa, a sétima referente ao ciclo 2021/22, representa um incremento de 1,36%, ou 3,62 milhões de toneladas sobre o dado projetado em março, de 265,7 milhões de toneladas. Também é maior do que a safra do ano passado, quando foram colhidas 252,8 milhões de toneladas de grãos.
“O resultado até o final desta safra vai depender muito do comportamento climático, fator preponderante para o desenvolvimento das culturas”, afirma o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro. “Entre os meses de março e abril, aproxima-se a conclusão da semeadura da segunda safra brasileira, na qual se destaca a cultura do milho. As chuvas foram mais regulares em toda a região produtora, inclusive no sul do país, o que permitiu o plantio em boas condições de umidade. O produtor fez sua parte. Agora vamos esperar pelo clima”.
As chuvas permitiram que o Paraná registrasse boas condições de plantio. Com isso, a Conab elevou em 2,16 milhões de toneladas sua expectativa de produção da segunda safra de milho no Estado, que deverá colher agora 15,5 milhões de toneladas.
Do ponto de vista do mercado, a Conab reduziu sua estimativa para as exportações de soja, que devem cair de 80,16 milhões de toneladas para 77 milhões de toneladas. O motivo é a expectativa que haja um maior direcionamento para a produção e exportação de óleo, em detrimento do grão. No caso do milho, a venda externa deve passar de 35 milhões de toneladas para 37 milhões de toneladas. “Acreditamos que o aumento da produção brasileira, alinhada à demanda internacional aquecida, deverá promover essa elevação de 77,8% das exportações do grão na safra 2022, compreendida entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023″, avalia o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.
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