Resultado da guerra: Banco Central Europeu tira estímulos por causa da inflação

Autoridade monetária renovou promessa de acabar com compra de títulos nos próximos meses

Banco avalia resposta à inflação
Por Carolynn Look
14 de abril, 2022 | 08:44 AM

Bloomberg — O Banco Central Europeu renovou a promessa de acabar com a compra de títulos nos próximos meses, já que a inflação recorde aumenta as chances de que a autarquia também suba as taxas de juros pela primeira vez em mais de uma década antes do final do ano.

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O Conselho do BCE reiterou nesta quinta-feira (14) que interromperá as compras líquidas de ativos no terceiro trimestre - um cronograma acelerado acordado no mês passado, com os preços ao consumidor agora subindo quase quatro vezes a meta de 2%. A autoridade reafirmou que os aumentos “graduais” das taxas seguirão “algum tempo depois”.

“A inflação aumentou significativamente e continuará alta nos próximos meses, principalmente por causa do forte aumento dos custos de energia”, disse o BCE em comunicado. “O Conselho do BCE tomará todas as medidas necessárias para cumprir o mandato do BCE de buscar a estabilidade de preços e contribuir para salvaguardar a estabilidade financeira.”

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Os mercados monetários reduziram as apostas de aperto do BCE, precificando aumentos de taxa de um quarto de ponto em setembro e dezembro. Os títulos alemães subiram, fazendo com que o rendimento de 10 anos caísse um ponto-base, para 0,75%, depois de subir anteriormente para 0,83%.

Embora ainda esteja bem atrás do Federal Reserve e do Banco da Inglaterra no aumento dos custos dos empréstimos, o cronograma mais rápido para retirar os estímulos destaca o foco do BCE em domar as pressões de preços – alimentadas pela guerra na Ucrânia.

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Mas com a invasão da Rússia complicando a tarefa de previsão, os formuladores de políticas agora aguardarão novas projeções em junho antes de cimentar uma data final para a compra de ativos. Economistas preveem que o BCE eventualmente selecionará julho como o ponto de corte e espera a elevação das taxas em dezembro.

Algumas autoridades do BCE apoiam uma abordagem igualmente dura, embora outras se preocupem com a necessidade de um ritmo mais estável, já que o conflito mina a confiança e a perspectiva de uma proibição da energia russa traga ameaças de recessão para economias como a alemã, a maior da Europa.

O que diz a Bloomberg Economics

“O BCE ainda não mostra sinais de desvio de seu caminho de normalização monetária, apesar da guerra na Ucrânia e do aumento dos preços das commodities.”

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--David Powell, economista sênior

A presidente Christine Lagarde pode oferecer algumas dicas sobre como esse debate está se formando quando ela realizar uma entrevista coletiva às 9h30, horário de Brasília.

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Ela também provavelmente será questionada sobre os preparativos dos bastidores para um instrumento a ser implantado se os rendimentos dos títulos dos países mais fracos da área do euro saltarem excessivamente à medida que a flexibilização quantitativa for eliminada.

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