Bloomberg Línea — Já pensou em se mudar para outro país? Um estudo da empresa ECA International revela um ranking das cidades mais caras e mais baratas do mundo para se viver neste ano como expatriado, levando em conta o custo de vida.
Na América Latina e no Caribe, Buenos Aires, na Argentina, Montevidéu, no Uruguai, e Cidade do Panamá são as três cidades mais caras da região para se viver como estrangeiro. Por sua vez, as mais baratas são Medellín, na Colômbia, Santa Cruz, na Bolívia, e Assunção, Paraguai.
A pesquisa, realizada em março deste ano, analisa o custo anual de bens de consumo e serviços. Ela também compara os custos de aluguel em áreas comumente habitadas por expatriados em mais de 410 cidades ao redor do mundo. O relatório mais recente classificou um total de 207 cidades em 120 países.
Destaques da América Latina
De acordo com o estudo, Santiago do Chile saiu da lista das 100 cidades mais caras do mundo. A capital caiu 21 posições no ranking, passando da 98ª em 2021 para a 119ª. É uma das poucas cidades da região que caiu no ranking, o que significa que seu custo de vida diminuiu.
“As políticas de esquerda do Presidente Gabriel Boric alertaram investidores e contribuíram para uma queda de 10% na moeda em relação ao dólar americano. Considerando que o Chile é um grande exportador de cobre e que passou por um aumento nos preços, a depreciação da moeda destaca a extensão das preocupações dos investidores”, disse o chefe de produção e analista da ECLA, Steven Kilfedder, sobre essa queda do Chile.
Da mesma forma, Tegucigalpa, em Honduras, caiu dois lugares, chegando em 161º. La Paz, na Bolívia, e Bogotá, na Colômbia, caíram quatro posições. A primeira agora está na 179ª posição, e a segunda, na 143ª.
“A Colômbia deveria ter visto o fortalecimento de sua moeda por ser um exportador chave de petróleo. Entretanto, a incerteza política antes das eleições (cujo primeiro turno ocorreu em 29 de maio) teve o efeito contrário sobre o peso colombiano, o que significa que, para muitos expatriados ou turistas, é mais barato visitar agora do que foi no ano passado, disse Kilfedder.
Entre as cidades que subiram estavam o Rio de Janeiro, agora em 118º lugar, e São Paulo, em 138º lugar. Ambas ficaram mais caras, com o Rio subindo 45 posições, e a capital paulista, 38 posições em relação ao ano passado.
“Depois das dificuldades dos anos anteriores, devido à covid e à agitação política, que causou a queda do real, a moeda teve uma reviravolta, pois o aumento das taxas de juros para combater a inflação, combinado com o aumento dos preços das commodities e uma melhor perspectiva da pandemia, fortaleceu o real, tornando o país mais caro para expatriados e turistas que no ano passado”, destacou Kilfedder.
Outra cidade latina que subiu no ranking foi Santo Domingo, na República Dominicana, que subiu 28 posições no ranking e chegou em 116º lugar. “A combinação do aumento da inflação com o fortalecimento da moeda tornou o país mais caro para turistas e expatriados”, disse Kilfedder.
Ranking global
Globalmente, Hong Kong é, pelo segundo ano consecutivo, a cidade mais cara do mundo. Nova York está em segundo e Genebra em terceiro no ranking.
De acordo com o estudo, o aumento dos preços e uma moeda forte no último ano mantiveram a cidade asiática no topo. Uma xícara de café a US$ 5,21, um litro de gasolina a US$ 3,04 e um quilo de tomate a US$ 11,51 estavam entre os preços que levaram Hong Kong ao topo da lista.
“Embora Hong Kong tenha sido menos afetada pela crescente inflação global do que outros lugares da região e do mundo no ano passado, ainda é o lugar mais caro do mundo”, disse Lee Quane, diretor regional da ECA International para a Ásia, em comunicado à imprensa. “Foi a força do dólar de Hong Kong – indexado ao dólar americano – durante o ano passado que lhe permitiu manter sua posição como o lugar mais caro do mundo enquanto outras moedas enfraqueceram”, disse ele.
Londres e Tóquio completam o pódio das cinco cidades mais caras. Segundo a ECA, o aumento dos custos de aluguel foi uma das razões pelas quais Londres e Nova York ficaram entre os cinco primeiros, com um aumento de 20% e 12%, respectivamente.
--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.
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