Bloomberg — Sem confiança no mercado acionário e nas instituições financeiras, jovens negros americanos estão apostando em criptomoedas.
Nos Estados Unidos, 38% dos investidores negros com menos de 40 anos possuem tokens digitais, comparado a 29% dos brancos, segundo uma pesquisa da Ariel Investimentos e da Charles Schwab. O total de entrevistados negros que consideram criptoativos o melhor investimento é o dobro dos brancos.
A adoção das criptomoedas demonstra a crescente influência das redes sociais e a popularidade de investimentos arriscados entre a população negra dos EUA, ressaltando a necessidade de mais educação financeira, segundo as instituições responsáveis pela pesquisa. A pesquisa também constatou que os negros americanos veem o mercado de ações como mais arriscado e menos justo do que os brancos.
“É muito preocupante”, disse John Rogers, fundador e coCEO da Ariel Investments. “As pessoas só estão interessadas em enriquecer rapidamente por meio dessa área nova, animadora e dinâmica.”
O risco é que os investidores negros sacrifiquem seus objetivos financeiros, disse Rogers. “A pior coisa é que se o primeiro investimento não dá certo, vai demorar muito tempo para a pessoa voltar a confiar nos mercados.”
As criptomoedas são tão populares entre os negros que 23% dos entrevistados citaram o entusiasmo por essa classe de ativos como razão pela qual começaram a investir.
Outras conclusões da pesquisa:
- O investimento em ESG é mais atraente para negros do que brancos. Entre os negros, 44% afirmam que é “muito importante” alinhar seus investimentos a suas crenças ante 29% dos entrevistados brancos.
- Os investidores negros são duas vezes mais propensos a esperar retorno acima de 20% do que os investidores brancos.
- Os negros americanos estão economizando e investindo significativamente mais do que em 2020 — aproximadamente US$ 650 por mês. Em 2020, essa quantia não passava de US$ 400. Os investidores brancos agora estão economizando cerca de US$ 850 mensalmente.
Ariel e Schwab entrevistaram cerca de 2 mil indivíduos com idade a partir de 18 anos, metade dos quais se identificaram como negros. A renda familiar média anual dos participantes é de US$ 99 mil entre os negros e US$ 106 mil entre os brancos. A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 13 de janeiro com margem de erro de 3 pontos percentuais.
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