Bloomberg Línea — O PSDB decidiu apoiar a senadora Simone Tebet (MDB) para a Presidência da República. Por 39 votos a 6, a executiva nacional do partido decidiu o apoio à emedebista, que se viabilizou como candidata depois que os nomes da chamada terceira via – Sergio Moro, Eduardo Leite e João Doria – desistiram da disputa.
O nome mais cotado para a vaga de vice é o do senador tucano Tasso Jereissati (CE). Na votação de hoje, o lado vencido foi o do deputado Aécio Neves (MG), que depois de se opor às pretensões de Doria, passou a defender a candidatura própria do partido.
O acordo em prol de Tebet envolveu a solução de um palanque regional. O MDB não terá candidato próprio a governador do Rio Grande do Sul e apoiará o tucano Eduardo Leite, que renunciou ao cargo em abril para tentar se viabilizar como candidato a presidente, não conseguiu e agora vai tentar um novo mandato ao Palácio Piratini (sede do governo do RS).
A candidatura de Simone nasceu como promessa de ser uma alternativa à polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), que tem atraído apoios de setores empresariais, mas ainda aparece num distante quarto lugar – pontuando entre 1% e 3%, dependendo da pesquisa.
POR QUE ISSO É IMPORTANTE: O apoio dos tucanos a Simone Tebet já era esperado nos meios políticos. Tasso Jereissati, político com forte interlocução no meio empresarial, apoiou a emedebista desde o momento zero, apostando que a candidata teria espaço para crescer nas pesquisas à medida que se tornasse mais conhecida do eleitorado nacional.
Foi Tasso quem apresentou Tebet à Elena Landau, veterana das privatizações no governo FHC, para ser a coordenadora do programa econômico da candidata.
Embora o apoio garanta a Tebet mais espaço na propaganda de rádio e TV, há dúvidas sobre qual será a real adesão dos líderes regionais do partido à sua candidatura. No Norte e no Centro-Oeste e em Minas Gerais, uma parte da legenda é próxima de Bolsonaro.
Em SP, maior eleitorado do berço dos tucanos, há uma tendência de quadros históricos do partido a apoiar Lula se a alternativa real for Bolsonaro. A presença de Tasso na chapa tende a evitar erosão do apoio dos chamados tucanos históricos ao petista, mas o engajamento real nos Estados depende de crescimento nas pesquisas, segundo um integrante da executiva do PSDB pró-Tebet disse à Bloomberg Línea.
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