Barcelona, Espanha — Depois de uma abertura com discretos avanços, os futuros de índices norte-americanos passaram a encadear quedas. A expectativa gira em torno do evento mais esperado da semana: a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed). O mercado espera que amanhã o banco central aplique a maior alta de juros nos Estados Unidos desde o ano 2000, de 0,5 ponto porcentual. O Fed deve priorizar uma política monetária mais austera até que a inflação seja contida.
Ao mesmo tempo, os títulos do Tesouro perdiam valor, refletindo a perspectiva de taxas de juros mais pronunciadas nos EUA. O rendimento dos bônus de 10 anos do governo norte-americano se situava próximo dos 3%, tendo alcançado uma marca histórica ontem.
Entre outros países, como a Alemanha, os prêmios dos bônus também avançavam. A taxa de referência da Alemanha, por exemplo, subia acima de 1% pela primeira vez desde 2015, enquanto o rendimento correspondente dos títulos do Reino Unido subia acima de 2% esta manhã. Os títulos australianos também perdiam valor e a moeda se apreciava, em reação ao aumento dos custos dos empréstimo em ritmo maior do que o esperado.
No mercado norte-americano, as ações de Pfizer recuavam antes da abertura das bolsas - o gigante farmacêutico divulga hoje as demonstrações financeiras referentes ao primeiro trimestre.
Vetores de influência
Entre os fatores que movem os mercados, além do receio de que um aperto monetário provoque recessão, estão as restrições de mobilidade na China, derivadas de um novo surto de Covid-19, e a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Para debelar a inflação, que vem batendo sucessivos recordes ao redor do globo, uma série de bancos centrais vem utilizando como tratamento o aumento das taxas, além de restringir a liquidez dos mercados.
🇦🇺 Esta madrugada, por exemplo, a Austrália elevou seus juros em 0,25 ponto percentual, para 0,35%, um ritmo mais acelerado do que os economistas previam. O banco central australiano também lançou um aviso: novos aumentos serão necessários nos próximos meses.
🏦 Amanhã, quarta-feira, além do Fed, o Banco Central do Brasil deve anunciar um incremento de 1 ponto porcentual de sua taxa Selic, para 12,75%. Na quinta-feira é a vez do Banco Central Europeu (BCE) decidir o que fazer com o custo do dinheiro - a instituição presidida por Christine Lagarde tem sido mais relutante em tomar uma medida enérgica de aperto monetário, sobretudo com a guerra na Ucrânia ameaçando as economias da Europa.
📊 Os resultados empresariais também aparecem no radar dos investidores, com Pfizer, AMD, Airbnb, BNP Paribas e DuPont entre as cifras programadas.
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🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (+0,26%), S&P 500 (+0,57%), Nasdaq Composite (+1,63%), Stoxx 600 (-1,46%), Ibovespa (-1,15%)
A busca por barganhas salvou um dia que indicava um fechamento negativo. No radar dos investidores o destaque foi a reunião do Fed, programada para hoje e amanhã. O receio de uma desaceleração econômica e de uma inflação persistente continua pesando no ânimo do mercado, que aguarda um aumento de 50 pontos base no juro pelo banco central norte-americano.
Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Feriados: China (Dia do Trabalho), Japão (Dia da Constituição)
• EUA: Índice Redbook; Encomendas à Indústria/Mar; Ofertas de Emprego JOLTs/Mar; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API
• Europa: Zona do Euro (Encontro do Eurogrupo; IPP/Mar; Taxa de Desemprego/Mar); Alemanha (Taxa de Desemprego/Abr); Reino Unido (PMI Industrial/Abr; Índice BRC de Preços Praticados no Varejo)
• Ásia: Hong Kong (PIB/1T22)
• América Latina: Brasil (Produção Industrial/Mar)
• Bancos Centrais: Decisão sobre juros da Austrália. Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE.
• Balanços: Pfizer, Norsk Hydro, AMD, S&P Global, Airbnb, Estee Lauder, Starbucks, BP, BNP Paribas, Eaton, Deutsche Post, Marathon Petroleum, AIG, KKR, Hilton, DuPont, Teva, Lyft
📌 E para amanhã:
• Feriados: Japão e China
• Bancos centrais: Decisões de política monetária do FOMC/Fed e do Banco Central do Brasil. Começa a reunião do BCE sobre juros. Discursos de Burkhard Balz e Joachim Wuermeling (Bundesbank) e de Sam Woods (BoE)
• Indicadores PMI: EUA, China, Zona do Euro, Alemanha, França, Espanha, Itália, Brasil
• EUA: Balança Comercial/Mar); Pedidos e Juros de Hipotecas MBA; Índice de Compras MBA; Variação de Empregos Privados ADP/Abr; ISM do Setor de Não-Manufatura/Abr; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA (Semanal); Estoques de Petróleo Bruto; Despesas de Consumo Pessoal (PCE) - Fed Dallas/Mar; Total de Vendas de Veículos
• Europa: Zona do Euro (Vendas no Varejo/Mar); Alemanha (Saldo das Transações Correntes sem Ajuste Sazonal/Mar); França (Balanço Orçamentário do Governo/Mar); Reino Unido (Crédito ao Consumidor BoE/Mar; Massa Monetária - M4/Mar); Aprovações de Hipotecas/Mar)
• América Latina: Brasil (IPC-Fipe/Abr; Fluxo Cambial Estrangeiro)
• Balanços: Equinor, Maersk, Vestas, CVS, Volkswagen, Booking, Airbus, Regeneron, Enel, Uber, Marriott, Moderna, Pioneer, Barrick, Ferrari, Cheniere, EDF, eBay, Etsy, Chesapeake, Telecom Italia, Raiffeisen
--Com informações da Bloomberg News