Mercados nos EUA operam com volatilidade em dia de ata do Fed

Futuros de índices norte-americanos, que antes subiam, recuavam há instantes, mas cotações estão voláteis

As variáveis que orientarão os mercados
25 de mayo, 2022 | 07:44 AM

Barcelona, Espanha — A política monetária ocupa o centro do palco hoje e os mercados operam cambaleantes, com os futuros de índices nos Estados Unidos oscilando de mais a menos. Na Europa, as bolsas também operam em um grande vaivém - o Stoxx 600 já foi dos campos positivo ao negativo.

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Além da minuta da reunião de 4 de maio do Federal Reserve (Fed), quando o banco central norte-americano aplicou ao juro um aumento de 0,5 ponto percentual, a programação de hoje inclui uma série de pronunciamentos de lideranças de bancos centrais mundiais, da América do Norte, passando pela Europa, pela Ásia e até pela Oceania.

No começo da manhã, os futuros de índices dos EUA bem que tentaram uma correção técnica, depois da queda de ontem, mas a volatilidade impediu que os contratos seguissem pela senda positiva, pelo menos até agora. Os títulos do Tesouro norte-americano operavam com poucas oscilações e o dólar se recuperava de uma queda de dois dias.

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Na Europa, as ações de energia recebiam o impulso do aumento dos preços do petróleo. O euro deslizava em reação aos comentários de funcionários do Banco Central Europeu (BCE) indicando que a normalização da política será gradual. O BCE está no meio de um debate sobre o quão agressivo deve agir para conter a inflação.

→ Leia também o Breakfast, uma newsletter da Bloomberg Línea: Startups apertam o cinto... e demitem

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Investidores reduziram as apostas de taxa Fed desde a reunião de maio

Estes são os principais vetores das operações de hoje nos mercados:

🛒 Confiança do consumidor alemão. Uma ligeira melhora no indicador de confiança do consumidor da Alemanha ajudava a maioria das bolsas europeias esta manhã. Após amargar um recorde de baixa em maio, o índice do instituto GfK, baseado em uma entrevista com 2 mil alemães, subiu ligeiramente para -26,0 pontos, contra -26,7 da leitura anterior.

🕵️ Olhar com lupa. Às 15h (horário de Brasília) o mercado dirigirá toda sua atenção à minuta do Comitê de Mercado Aberto do Fed, na tentativa de inferir qual deverá ser a ação sobre os juros. Os analistas estão certos de que a autoridade monetária não tem outra alternativa que seguir subindo o custo do dinheiro. A questão é se esse aperto monetário não vai estrangular a economia.

🦅 Hawkish 1 x 0 Dovish. Atenção ao pronunciamento de vários membros de bancos centrais, entre eles a presidente do BCE, Christine Lagarde, que deu uma guinada no seu posicionamento sobre o rumo da taxa de juros. Ela, que permanecia em cima do muro quando outros bancos centrais, incluindo o Fed, já advogavam pelo aumento das taxas, agora parece estar mais próxima dos “falcões” (“hawkish”, como o mercado chama os defensores de uma política monetária mais agressiva).

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Em um artigo publicado no blog do BCE, a dirigente deu uma orientação inequívoca sobre o provável caminho das taxas de juros nos próximos meses - disse que é possível que o BCE comece a subir os juros em julho, tirando as taxas europeias do campo negativo no final de setembro.

📈 Tendência mundial. Hoje o banco central da Nova Zelândia subiu suas taxas em 0,5 ponto percentual, para 2%.

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Panorama de um mercado volátil

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (+0,15%), S&P 500 (-0,81%), Nasdaq Composite (-2,35%), Stoxx 600 (-1,14%), Ibovespa (+0,21%)

As ações dos EUA diminuíram as perdas, mas ainda assim quase todos os índices terminaram no vermelho. As ações de tecnologia lideraram o declínio, catalisadas pelo aviso da Snap de que não cumprirá suas previsões de receita e lucro. O proprietário do Snapchat desabou mais de 40%, provocando perdas entre as empresas que dependem da publicidade digital. “O mercado está deslocando sua preocupação com a inflação para a preocupação com o crescimento”, disse Ellen Hazen, estrategista da FL Putnam, à Bloomberg. O petróleo recuou pelo segundo dia consecutivo após o anúncio do Departamento de Energia dos EUA de uma oferta de até 40,1 milhões de barris de petróleo bruto, medida que visa aliviar a crise de fornecimento.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• Feriado: Argentina (Dia da Revolução)

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• EUA: Pedidos de Bens Duráveis/Abr; Juros e Pedidos de Hipotecas de 30 anos - MBA; Índice de Compras MBA; Atividade das refinarias de Petróleo pela EIA

• Europa: Reuniões Anuais do Fórum Econômico Mundial; Alemanha (PIB/1T22: Clima do Consumidor GfK/Jun); França (Confiança do Consumidor/Mai); Espanha (IPP)

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• Ásia: Japão (Índice de Indicadores Antecedentes; Indicador Coincidente/Mar; Preço de Serviço Corporativo - CSPI)

• América Latina: Brasil (Transações Correntes/Mar; Investimento Estrangeiro Direto/Mar); México (PIB/1T22; Balança Comercial/Abr; Transações Correntes/1T22)

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• Bancos centrais: Ata de Política Monetária do FOMC/Fed; Relatório de Estabilidade Financeira do BCE; Decisão do banco central da Nova Zelândia sobre juros. Discursos de Christine Lagarde (presidente do BCE), Fabio Panetta, Philipe Lane (BCE); Lael Brainard (FOMC/Fed); Haruhiko Kuroda (presidente do BoJ); Silvana Teyreyro (BoE); Johannes Beermann (Bundesbank)

📌 Para a semana:

Quarta-feira (Ata de Política Monetária do FOMC/Fed; Relatório de Estabilidade Financeira do BCE; Decisão do banco central da Nova Zelândia sobre juros);

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Quinta-feira (Decisão sobre juros do banco central da Coreia; Nos EUA: PIB e Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego)

Sexta-feira (Nos EUA: Índice de Preços PCE; Renda e Gastos Pessoais; Estoques do Atacado; Índice de Confiança do Consumidor - Universidade de Michigan)

--Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.

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