Mercado cresce, mas alugar carro no Brasil está mais caro

Valor médio da diária das maiores empresas do setor cresceu 28% no ano passado e já acumula alta superior a 40% no primeiro trimestre de 2022

Mercado cresce no Brasil, mas valor médio da locação também fica mais caro
03 de mayo, 2022 | 02:27 PM
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Bloomberg Línea — Alugar um carro no Brasil está ficando cada vez mais caro. No ano passado, o preço médio de uma diária de carro alugado no país foi de R$ 88,5, levando em conta os preços praticados pelas três maiores empresas do mercado, que representam aproximadamente 60% da frota de veículos alugados do Brasil. Esse valor representa um incremento de 28% em comparação ao valor médio registrado em 2020, quando se pagava, em média, R$ 69,3 por dia para alugar um carro.

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E ao que tudo indica, a tendência de alta nos preços das diárias não deve parar. Considerado os dados referentes ao primeiro trimestre do ano, divulgados nos últimos dias por Movida (MOVI3) e Localiza (RENT3), o valor médio das diárias de locação nos três primeiros meses de 2022 foi de R$ 116,6. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a diária de um carro alugado sofreu um incremento de 44% sobre os R$ 81 praticados entre janeiro e março de 2021.

Nos valores acima não estão sendo considerados os dados da Unidas (LCAM3). A empresa ainda não havia divulgado seus resultados trimestrais até o fechamento desta matéria. A empresa divulga seu balanço na próxima quinta-feira, dia 05 de maio).

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Um dos motivos para o aumento dos preços das diárias dos carros alugados no Brasil é a própria valorização que os veículos novos e usados tiveram durante a pandemia e que permanece até hoje. Aliado a esse fator, a procura cada vez maior dos consumidores por veículos para locação é outro fator que contribui para o ajuste nos preços.

“A ideia de trocar a posse pelo uso de carros é uma tendência. Um sinal disso é que as montadoras estão fazendo carros cada vez maiores, para atender a demanda de famílias que optam por alugar veículos”, afirma Edmar Prado Lopes Neto, diretor financeiro e de relações com investidores da Movida. “A volta da mobilidade pós-pandemia está com uma intensidade muito forte, com as pessoas abrindo mão de ter para alugar um carro, muitas vezes melhores do que tinham antes”, disse.

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O executivo lembra que a Movida tem aproveitado essa tendência para ampliar sua participação no mercado de locação de veículos. Segundo Lopes, a empresa tinha uma participação de 11% do mercado em 2019 e que chegou a 16% no ano passado, se consolidando na terceira posição. Contudo, quando se divide o mercado nos segmentos de varejo e contratos de longo prazo, a empresa ocupa o segundo lugar em ambos os casos. No mesmo período, a Movida elevou de 15% para 17% sua fatia de locação de varejo e passou de 8% para 16% sua participação no segmento de aluguéis de longo prazo.

Frota de carros para locação

Dados da ABLA (Associação Brasileira de Locação de Automóveis) mostram que a frota de veículos para locação cresceu no Brasil. Entre 2019 e 2021, a disponibilidade de veículos cresce 14,5%, saindo de 993 mil para 1,13 milhão de unidades disponíveis para locação.

Nesse período, a Localiza manteve a liderança do mercado, com uma frota total de 289,7 mil veículos no ano passado. O número, contudo, representa uma queda de 5,6% em comparação a 2019, quando a empresa detinha uma frota superior a 300 mil veículos. O resultado do ano passado, no entanto, sinaliza uma recuperação sobre 2020, com crescimento de 4,2%.

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Segunda maior empresa do mercado, a Unidas fechou 2021 com uma frota de 201,04 veículos. O número representa um crescimento de 19,8% em comparação ao número de veículos disponíveis no final de 2020 e é 22% maior do que a frota de 2019.

Já a Movida foi a empresa que mais ampliou sua frota nos últimos anos. No ano passado, a companhia fechou o ano com 162,9 carros para aluguel, resultado que representou um crescimento de quase 55% sobre o desempenho de 2020. Em comparação a 2019, o aumento foi de 61,6%.

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1º trimestre de 2022

Localiza e Movida já divulgaram seus resultados do primeiro trimestre de 2022. A Movida encerrou o período com uma receita de R$ 2,09 bilhões, resultado 2,4 vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. O Ebitda do período quase triplicou e encerrou o primeiro trimestre do ano em R$ 863,1 milhões. Com isso, o lucro líquido da companhia entre janeiro e março foi de R$ 258,1 milhões, 2,4 vezes maior do que os R$ 109,5 milhões do primeiro trimestre de 2021.

No caso da Localiza, a companhia fechou o primeiro trimestre do ano com uma receita de R$ 2,71 bilhão, queda de 3,1% em comparação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda do período foi de R$ 1,13 bilhão, 41,3% maior do que no primeiro trimestre de 2021. Com isso, o lucro líquida da empresa no trimestre cresceu 7,3% e chegou a R$ 517,4 milhões.

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Alexandre Inacio

Jornalista brasileiro, com mais de 20 anos de carreira, editor da Bloomberg Línea. Com passagens pela Gazeta Mercantil, Broadcast (Agência Estado) e Valor Econômico, também atuou como chefe de comunicação de multinacionais, órgãos públicos e como consultor de inteligência de mercado de commodities.

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