Bloomberg Línea — Com o avanço da tecnologia e da participação do consumidor nas vendas online, o quesito segurança será cada vez mais relevante na decisão final do usuário entre uma empresa e outra. A avaliação é de Leidivino Natal, CEO da Stefanini Rafael, e Thiago Diogo, diretor de tecnologia e privacidade da Unico Idtech.
Durante painel do MMA Impact Brasil 2022, realizado na terça-feira (5), em São Paulo, os especialistas chamaram a atenção para o aumento no número de golpes na internet e roubo de dados, cada vez mais presentes no noticiário.
“O consumidor vai optar por onde ele se sente mais seguro; é parte de uma conscientização. Quem vai correr atrás é quem sentiu a dor”, afirmou Natal, da Stefanini Rafael, empresa de segurança da informação e defesa cibernética.
De acordo com levantamento da Hibou Pesquisas e Insights, 69% dos brasileiros já foram abordados por alguma tentativa de fraude na internet. Os números não param por aí: 79% das pessoas conhecem alguém que já foi vítima de um golpe na internet e um em cada quatro brasileiros já foi vítima e perdeu dinheiro nesses golpes.
“Em 2010, o brasileiro tinha medo de colocar o CPF; hoje, o medo é de perder a senha do Instagram. Isso porque tem uma onda de fraudes na rede social, deixando as pessoas inseguras em um ambiente no qual antes se sentiam seguras”, disse Ligia Melo, sócia e CSO da Hibou Pesquisas e Insights, que também participou do painel.
Neste contexto, deverá pesar cada vez mais a segurança das plataformas online, de forma que o consumidor se sinta confortável a preencher os dados e concluir a compra.
“As empresas têm um papel fundamental nisso. Elas precisam entender que segurança não é custo, mas investimento, e que não é um jogo finito, mas infinito, em que você não conhece o atacante”, disse Diogo, da Unico Idtech.
Para ele, o grande problema no país recai sobre a falta de mão de obra qualificada em segurança. “Está difícil achar desenvolvedor e engenheiros. Precisamos primeiro formar essas pessoas para que o conhecimento chegue na ponta final”, completou.
No ano passado, grandes empresas brasileiras como Lojas Renner (LREN3), JBS (JBSS3) e Fleury (FLRY3) foram alvo de ransomware. O mesmo aconteceu com instituições públicas como o Ministério da Saúde, Tesouro Nacional e o Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Ransomware é um tipo de software malicioso que mantém os dados como reféns até que o resgate seja pago. Se o resgate não for pago, os dados da vítima permanecem indisponíveis. Os criminosos cibernéticos também podem pressionar as vítimas a pagar o resgate, ameaçando destruir os dados coletados ou liberá-los ao público.
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