Inflação persistente e outros 4 fatos para você saber para começar o dia

Veja os assuntos que devem marcar o sentimento dos mercados ao redor do mundo nesta quarta-feira (1°)

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Bloomberg — O mês de junho começa com o Tesouro americano admitindo que errou ao dizer que a inflação não seria um problema duradouro, mais armas dos Estados Unidos sendo enviadas para Ucrânia, mudanças na OPEP+, moeda japonesa mais fraca ante o dólar e uma agenda de dados e divulgações agitada.

1. Alerta de inflação

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, admitiu na terça-feira (31) que errou ao dizer no ano passado que a inflação não seria um problema duradouro. “Não compreendi completamente” os grandes impactos causados por gargalos nas cadeias de abastecimento, disse à CNN. No entanto, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, de Raphael Bostic, disse que sua sugestão de que o banco central fizesse uma “pausa” na subida da taxa de juros em setembro não deveria ser interpretada como um “Fed put” - termo usado pelo mercado que indica que o Fed pode intervir e aplicar políticas para limitar o declínio e ajudar os mercados de ações.

2. Mais armas para a Ucrânia

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que vai enviar à Ucrânia sistemas avançados de mísseis e outras armas para que o país alcance seus objetivos em sua guerra com a Rússia, aumentando ainda mais o apoio militar enquanto o conflito caminha para seu quarto mês. O pacote de novas armas inclui mísseis que permitem que a Ucrânia faça ataques com uma distância de 80 km. Líderes mundiais como o primeiro ministro britânico, Boris Johnson, pediram publicamente tais medidas nas últimas semanas.

3. Interrupção na OPEP+

A rescisão antecipada do pacto de fornecimento de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) e seus aliados pode se somar às várias consequências da invasão da Rússia à Ucrânia. A aliança de 23 países, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, deve encerrar a retomada de produção interrompida pela pandemia até o final de setembro. O Wall Street Journal informou na terça-feira (31) que a OPEP considera suspender a Rússia do sistema de cotas, já que as sanções impedem que Moscou aumente a produção. De acordo com o jornal, os sauditas e os Emirados Árabes Unidos podem preencher essa lacuna de oferta.

4. Balanço do Fed

A moeda japonesa está se aproximando de 130 ienes por dólar enquanto os rendimentos do Tesouro sobem e o spread da taxa de juros entre os EUA e o Japão aumentam. Uma liquidação especial do balanço patrimonial de US$ 47,5 bilhões por mês e mais aumentos nas taxas do Federal Reserve adiante são um argumento para a maior fraqueza do iene. Em parte do mercado há evidências de investidores que compram títulos do Tesouro de longo prazo quando os preços caem. Algo a se entender é se isso faz parte de um investimento de longo prazo em títulos que oferece um retorno mais robusto ou de uma convicção de que o mercado de títulos pode se recuperar de seu estado de sobrevenda.

5. Também hoje

O PMI manufatureiro dos EUA será divulgado às 10h45 do horário de Brasília, e os Preços no Setor Manufatureiro ISM para maio, às 11h00 - e estes são os dados mais importantes do dia. Na agenda, também estão os números dos pedidos de hipoteca MBA que saíram às 8h00, e os dados do mercado de trabalho americano JOLTS, ou Job Openings and Labor Turnover Survey, esperado para às 11h00, com um possível aumento de 50 pontos base. O membro do Federal Reserve John Williams fará um discurso em um evento sobre a implementação da política monetária às 12h30, com James Bullard previsto para discutir as perspectivas econômicas e políticas às 14h. O Livro Bege do Fed sai às 15h.

– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.

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