Ibovespa cede ao sell-off do exterior e desacelera avanço desta sexta

Atenções seguem voltadas para resultados corporativos do 1º tri, aperto monetário nos EUA, pressão inflacionária e covid na China

Por

Bloomberg Línea — 15h45 -- Atualiza com cotações recentes

Na contramão de Wall Street, o Ibovespa (IBOV) opera em alta na tarde desta sexta-feira (29), apesar de ter reduzido o avanço, afetado pelo sell-off que acontece nas principais bolsas americanas. Os investidores seguem monitorando a temporada de resultados corporativos em meio às preocupações com a pressão inflacionária, alta de juros nos Estados Unidos, bloqueios na China por conta da covid e guerra na Ucrânia.

A sessão era de alta para o minério de ferro e para o petróleo, contribuindo para ganhos nas ações de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4), que subiam 1,4%, 2,5% e 2,68%, respectivamente, por volta das 15h40 (horário de Brasília).

Na agenda de indicadores domésticos, a taxa de desemprego no Brasil ficou em 11,1% no primeiro trimestre deste ano, a menor para um trimestre encerrado em março desde 2016, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

A população desocupada (11,9 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre de outubro a dezembro (12 milhões de pessoas) e caiu 21,7% em relação ao primeiro trimestre de 2021 (redução de 3,3 milhões).

Confira o desempenho dos mercados na manhã desta sexta-feira (29):

  • Por volta das 15h40 (horário de Brasília), o Ibovespa operava em alta de 0,28%, aos 110.228 pontos; mais cedo, chegou a subir 1,43%
  • O dólar à vista recuava 0,04%, a R$ 4,94;
  • Nos EUA, os índices recuavam com força nesta sexta: o do Dow Jones caía 1,84%, o do S&P 500 cedia 2,71%, enquanto o Nasdaq tinha baixa de 3,2%;
  • Na Europa, o sentimento foi positivo no final do pregão: o índice Dax, da Alemanha, fechou em alta de 0,84%, enquanto o Stoxx 600 avançou 0,74%

Cena externa

Nos EUA, o sentimento negativo refletia os resultados das empresas de tecnologia divulgados ontem, como o da Amazon (AMZN), que teve prejuízo de US$ 3,8 bilhões no primeiro trimestre, ofuscando a Apple (AAPL), que lucrou US$ 25 bilhões no mesmo período, superando expectativas.

O índice Nasdaq 100 caiu 9,3% até agora em abril, o pior desempenho desde novembro de 2008, já que os temores de aumento das taxas de juros prejudicaram as ações de crescimento e alimentaram os riscos para lucros futuros.

Os investidores estão avaliando os riscos dos contínuos desafios da covid e oscilações econômicas da China para o impacto do Federal Reserve na economia dos EUA e a guerra da Rússia na Ucrânia.

Os dados mais recentes dos EUA mostraram que a maior economia do mundo encolheu inesperadamente pela primeira vez desde 2020. Isso refletiu um aumento nas importações ligado à sólida demanda do consumidor, sugerindo que o crescimento retornará em breve.

Os números ressaltam o debate sobre quanto espaço o banco central dos EUA tem para apertar a política antes que a economia rache. Os mercados continuam projetando um aumento de meio ponto do Fed na próxima semana, embora um coro crescente de investidores esteja cético de que os formuladores de políticas dos EUA continuarão com os aumentos de juros mais agressivos desde a década de 1980 para domar a inflação.

Leia também:

Ameaça de recessão paira sobre frágil crescimento da Europa

Fortuna de Zuckerberg tem alta recorde com melhora do Facebook