Ibovespa acompanha exterior e recua com preocupações com inflação global

Investidores seguem monitorando de perto a trajetória de inflação nas principais economia do mundo

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Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) mantém a queda na tarde desta nesta quinta-feira (9), em dia de mercados vermelhos no exterior. Os investidores seguem monitorando de perto a trajetória de inflação nas principais economia do mundo, à espera dos dados de inflação dos Estados Unidos amanhã (10) e repercutindo a divulgação do Banco Central Europeu (BCE) de hoje.

O BCE anunciou o primeiro aumento de juros em mais de uma década para conter a forte inflação na zona do euro. A autoridade monetária se comprometeu a elevar os juros em 0,25 ponto percentual na reunião do próximo mês e deixou as portas abertas para uma alta maior no encontro seguinte, em setembro. As taxas estão negativas em 0,50% desde 2019.

O anúncio sinaliza um caminho mais rápido do que o esperado por analistas para o aperto monetário na zona do euro, em meio a uma recuperação mais fraca da pandemia. Como esperado, o banco central também interromperá as compras de ativos em grande escala daqui a três semanas.

Agora, as atenções recaem sobre os dados de inflação dos Estados Unidos (CPI) em maio, que serão divulgados amanhã (10) e podem guiar os próximos passos do Federal Reserve em sua reunião de política monetária.

As restrições para conter a covid na China também seguem monitoradas de perto. Xangai fechará sete distritos neste fim de semana para realizar testes em massa, a primeira grande restrição de movimento desde que o centro financeiro saiu de uma paralisação de dois meses no início de junho.

Confira o desempenho dos mercados nesta quinta-feira (9):

  • Por volta das 14h15 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 0,25%, aos 108.096 pontos;
  • O dólar à vista caía 0,17%, negociado a R$ 4,89;
  • Nos EUA, o Dow Jones caía 0,18%, o S&P, 0,28%, e o Nasdaq, 0,44%

Contexto doméstico

Por aqui, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,47% em maio, abaixo dos 0,60% esperado por economistas consultados pela Bloomberg. No ano, o IPCA acumula alta de 4,78%, e, nos últimos 12 meses, de 11,73%.

Segundo economistas, os dados melhores que o esperado proporcionam um alívio na pressão recente para uma postura mais agressiva do Banco Central em seu ciclo de aperto monetário. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece na próxima semana, nos dias 14 e 15 de junho, e irá decidir o caminho da taxa básica de juros no país. A taxa está em 12,75% ao ano e parte do mercado espera um aumento de 0,50 ponto percentual, que encerraria o ciclo de aperto monetário.

-- Com informações da Bloomberg News

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