SPX, Adam e Legacy: a visão de mercado que une as estratégias destas 3 gestoras

Assets ajustam suas posições diante temores de que a inflação no Brasil continue a se mostrar mais persistente do que o Banco Central avalia

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Bloomberg — Gestoras de alguns dos principais fundos multimercado do Brasil estão correndo para se proteger diante de temores de que o Brasil corre o risco de experimentar uma inflação mais persistente, com medidas que agravam a situação fiscal para tentar controlar o aumento dos preços dos combustíveis.

A Legacy Capital, que tem mais de R$ 23 bilhões sob gestão, aumentou recentemente suas posições em NTN-Bs, os títulos do governo com rentabilidade atrelada à inflação. Essa alocação também foi citada recentemente por gestoras como Adam Capital, Ibiuna Investimentos e SPX Capital.

“Com essa reprecificação por conta das medidas para reduzir o preço de combustíveis, achamos que nos preços atuais o risco-retorno já voltou a ser bem atraente”, disse Gustavo Pessoa, sócio-fundador da Legacy. “Os pilares dessa posição são a inflação, que deve permanecer em níveis elevados globalmente, a atividade econômica brasileira forte e o fim do ciclo de alta do Banco Central, que deve ocorrer com a última alta de 0,5 ponto percentual na reunião deste mês”, disse Pessoa.

No começo da semana, o governo brasileiro anunciou uma proposta para compensar os estados pela receita perdida caso concordem em reduzir a zero a alíquota do ICMS cobrada sobre o diesel e o gás de cozinha.

Claudio Pires, diretor de investimentos da MAG Investimentos, diz que as NTN-Bs parecem atrativas à medida que o Brasil se aproxima do fim do ciclo de alta de juros. Ele prefere papéis com vencimentos em 2024 e 2025.

Uma desaceleração da inflação brasileira do atual nível de 12% no acumulado em 12 meses até abril para algo dentro da meta do Banco Central para 2023 já seria uma grande vitória, de acordo com o sócio da SPX Bernardo Meres. Para o próximo ano, o BC tem como meta a inflação de 3,25%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Veja abaixo as estratégias de 6 das maiores gestoras do país e a rentabilidade de algum dos maiores fundos de cada casa em maio, mês em que a taxa de referência - benchmarks -, o CDI, rendeu +1,03%:

Adam Capital

Os fundos estão com posições compradas em bolsa local, aplicados em NTN-B e tomados em juros no exterior. Adam também carrega posições menores em ações dos EUA, incluindo bancos, e está vendida no índice S&P 500.

  • Adam Macro II FIC: +0,26% em maio

Bahia Asset Management

Gestora espera dois aumentos adicionais de 50 pontos-base na taxa de juros pelo BC em suas próximas reuniões de junho e agosto. Dados atuais continuam reforçando a visão de um ambiente doméstico altamente inflacionário.

  • Bahia AM Marau FIC: +1,73%

Ibiuna Investimentos

Fundos retomaram posição tática comprada em real, parcialmente protegida por uma posição vendida no índice Ibovespa. Ibiuna segue cautelosa com ativos domésticos devido às incertezas sobre a âncora fiscal do Brasil e ruídos políticos antes das eleições.

  • Ibiuna Hedge STH FIC: +1,23%

Legacy Capital

O fundo reforçou sua aposta em NTN-B com vencimentos curtos e pretende aumentar uma posição que ganha com a inclinação da curva de juros no Brasil. O pior provavelmente ficou para trás na inflação, mas os preços continuarão pressionados.

  • Legacy Capital FIC: +1,26%

SPX Capital

Fundos seguem com posições que ganham com alta de juros no exterior, com maior alocação de risco em nomes específicos em países emergentes. No Brasil, seguem aplicados em NTN-Bs com vencimento intermediário.

  • SPX Nimitz Feeder FIC: +1,38%

Verde Asset Management

A casa de Luis Stuhlberger vê um cenário “mais complexo” para o mercado acionário local à medida que o rali das commodities e a proximidade do fim do aperto monetário no Brasil são contrabalançados por crescentes preocupações com a trajetória fiscal do país.

  • Verde FIC FIM: +1,31%

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