França: Carrefour reduz iluminação após pedido de economia de energia

O frio e paralisações de reatores nucleares levaram os preços de energia para o maior nível em 13 anos

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Bloomberg — Na França, os supermercados estão aderindo a um esforço para limitar o consumo de energia elétrica no país. O frio e paralisações de reatores nucleares levaram os preços de energia para o maior nível em 13 anos.

O Carrefour comunicou a redução do consumo de eletricidade nesta segunda-feira de manhã, atendendo aos pedidos da operadora da rede nacional RTE para que famílias e empresas reduzam o uso para lidar com o aumento na demanda, que coincide com interrupções nas instalações nucleares e o clima gelado.

Entre os 56 reatores nucleares da estatal Electricité de France, 25 estão parados. A temperatura na maior parte do país deve cair abaixo de zero durante a noite.

A rede de supermercados está usando métodos como “reduzir o aquecimento nos escritórios e diminuir a iluminação nas 400 lojas do grupo no país”, disse uma porta-voz à Bloomberg News.

O custo das entregas de eletricidade entre 8:00 e 9:00 da manhã em Paris subiu para 2.987,89 euros (US$ 3.286) por megawatt-hora, enquanto o preço médio do dia inteiro ficou em 551,43 euros no leilão da Epex Spot SE para entrega no dia seguinte. É a maior cotação desde o recorde atingido em outubro de 2009. O movimento levou à elevação do limite máximo de preço em bolsas de energia por toda a Europa.

Providências das famílias, empresas e autoridades para economizar energia reduziram o pico de demanda em 800 megawatts na manhã de segunda-feira, quantia quase equivalente à produção de um reator nuclear, segundo comunicado da operadora da rede. A RTE previa pico da demanda em 73 gigawatts às 9:00, mas o ponto máximo ficou em 71,6 gigawatts 15 minutos antes disso, informou a operadora.

A economia de energia também foi obtida por meio de contratos nos quais usuários de eletricidade, como fábricas, recebem pagamento em troca da diminuição do consumo, acrescentou a RTE. Assim, cerca de 63,6 gigawatts no pico da demanda foram atendidos pela produção nacional e o restante foi importado.

Nas residências, as pessoas aumentaram a temperatura do aquecimento para enfrentar o clima congelante durante a noite de domingo, a mais fria para essa época do ano desde 1947, de acordo com o serviço meteorológico do país. O clima deve esquentar a partir de terça-feira e as temperaturas ficarão próximas da média, segundo previsão da Maxar Technologies.

Para aliviar a pressão sobre o fornecimento, a EDF conseguiu 2 gigawatts de capacidade adicional na segunda-feira junto a usinas que normalmente produzem energia durante o inverno, informou um porta-voz da empresa.

Bengt P. Longva, analista sênior da consultora StormGeo Nena, explicou que, embora a demanda de energia esteja muito alta, “o maior problema aqui é a baixa produção nuclear”.

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