Finlândia conta com o apoio dos EUA para conquistar a Turquia na candidatura da OTAN

A decisão de solicitar a entrada dos dois países nórdicos que estão reagindo à guerra da Rússia na Ucrânia é esperada para o domingo

Suecos e finlandeses são cada vez mais a favor da adesão à OTAN após a invasão da Ucrânia pela Rússia, aumentando a pressão sobre os líderes dos países para mudar as políticas de não alinhamento militar.
Por Kati Pohjanpalo
14 de mayo, 2022 | 07:50 AM

Bloomberg — O presidente finlandês Sauli Niinisto negou as hipóteses de que a Turquia impediria seu país e a vizinha Suécia de ingressar na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), já que os EUA apoiam a medida.

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O presidente Recep Tayyip Erdogan disse na sexta-feira que a Turquia não é a favor da Suécia e da Finlândia se tornarem membros da aliança, citando preocupações com “terroristas” curdos. A OTAN dá as boas-vindas aos novos membros por unanimidade, e a decisão de solicitar a entrada dos dois países nórdicos que estão reagindo à guerra da Rússia na Ucrânia é esperada para o domingo.

“Eu não especularia que isso significaria que a Turquia jogaria uma chave inglesa para sempre”, disse Niinisto em entrevista transmitida pela YLE TV1 da Finlândia no sábado. “Até agora, a mensagem da Turquia para nós foi completamente oposta”, disse ele, acrescentando que “isso certamente levará à discussão, já que os EUA parecem ter reagido”.

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A Turquia há muito reclama da cooperação insuficiente da OTAN e de aliados europeus em sua luta com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, que é rotulado como organização terrorista pelos EUA e pela União Europeia. Erdogan destacou a Suécia e a Holanda como refúgios para militantes curdos.

Niinisto, que na sexta-feira conversou com o presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, em uma ligação conjunta, disse que os comentários de Erdogan parecem ter pego Biden de surpresa. Mais tarde, a potência militar mais forte do mundo pediu à Turquia que esclarecesse seus comentários, disse o líder finlandês.

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As observações de Niinisto ecoam as da ministra das Relações Exteriores da Suécia, Ann Linde, que disse que a Turquia não transmitiu nenhuma preocupação e sinalizou que os EUA provavelmente apoiariam uma possível decisão de ingressar na aliança.

“Se decidirmos sobre essa opção, acho que obteremos um apoio muito, muito forte de países grandes e importantes que são membros e com os quais a Turquia está interessada em ter boas relações”, disse Linde à rádio sueca na sexta-feira.

--Com a ajuda de Niclas Rolander e Ugur Yilmaz

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