Fim do boom chinês? Mesmo sem lockdown, indústria de Pequim despenca 40% em maio

Segundo dados do departamento de estatísticas municipal, cidade sofreu as consequências das restrições da Covid, mesmo evitando bloqueio total

Um local de testes em Pequim em 12 de junho
Por Bloomberg News
21 de junio, 2022 | 07:17 AM

Bloomberg — A economia de Pequim sofreu em maio com os surtos de Covid, um sinal de que as restrições do governo chinês para conter o vírus tiveram um impacto significativo, mesmo ao evitar um bloqueio em toda a cidade como o de Xangai.

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As vendas no varejo na capital chinesa caíram cerca de 26% em maio em relação ao ano anterior, segundo dados do departamento de estatísticas municipal. Foi o pior resultado de qualquer jurisdição de nível provincial que publicou dados mensais até agora, exceto Xangai, onde os gastos caíram cerca de 37%.

A produção industrial na capital caiu quase 40% em maio, pior que o tombo de quase 28% em Xangai. Pequim culpou os surtos de Covid e uma base de comparação alta do ano passado, de acordo com comunicado do departamento de estatísticas. Xangai se beneficiou do incentivo do governo central para manter as fábricas funcionando durante o bloqueio.

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Atividade industrial de Pequim caiu mais do em outra províncias em maio

Cerca de 14 das 31 províncias e cidades da China publicaram dados de atividade para maio até agora, com potências econômicas como Jiangsu e Guangdong ainda sem números. Os dados são baseados em estatísticas do governo e cálculos da Bloomberg News.

Os números sugerem que, embora Pequim não tenha imposto um bloqueio rígido que confinou todos os residentes em suas casas como em Xangai, as restrições rígidas da capital ainda causaram um duro golpe na economia. Pequim lançou testes obrigatórios de Covid para muitos residentes, fechamento de negócios e bloqueios esporádicos para conter surtos, deprimindo os gastos do consumidor e outras atividades econômicas.

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Pequim e Xangai contribuem com uma parcela considerável do produto interno bruto do país: 3,5% e 3,8%, respectivamente, em 2021. Isso torna qualquer desaceleração econômica prolongada uma grande preocupação para um país que tem como meta um crescimento de cerca de 5,5% para este ano. Muitos economistas acham que a China não atingirá essa meta, com a estimativa mediana de crescimento em 4,3% para 2022.

Já houve alguma melhora em Xangai em maio, onde as medidas de bloqueio foram gradualmente amenizadas antes da reabertura de junho. Embora a economia tenha permanecido em contração, o declínio na produção industrial diminuiu de uma queda de 62% em abril, e o declínio nas vendas no varejo foi menor do que os 48% de abril. Mas tanto Xangai quanto Pequim voltaram atrás na flexibilização de algumas restrições em junho para conter novos surtos.

A desaceleração econômica também se estendeu ao investimento em ativos fixos em Pequim, que cresceu apenas 2,8% de janeiro a maio - muito atrás do aumento nacional de 6,2%. Essa também foi a segunda pior leitura entre as economias regionais que publicaram dados até agora, atrás de Xangai, que viu o investimento despencar cerca de 21% no período.

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