No day after da desistência do ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro, a maioria dos operadores políticos olha para pesquisas eleitorais para traçar estratégias para capturar o que seria o espólio do terceiro colocado na eleição presidencial. A tendência, no primeiro momento, é que essa migração tenda a ser mais disputada entre Jair Bolsonaro (PL) e algum nome remanescente da chamada terceira via.
Moro – que trocou o Podemos pelo União Brasil – anunciou que terá um encontro om Eduardo Leite, que disputa a vaga de candidato tucano com João Doria. O ex-ministro rompeu com Bolsonaro em abril de 2020, deixando o governo e acusando o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.
Segundo o último Datafolha, Lula (PT) aparecia com 43%, Bolsonaro com 23% e Moro com 8%. Na pesquisa espontânea, aquela em que o entrevistador pergunta quem é o preferido do eleitor sem apresentar o nome de nenhum pré-candidato, Moro pontuou em 2%, segundo o Datafolha, de fevereiro. Esta modalidade de sondagem é usada para ponderar o real peso eleitoral de um candidato em um quadro político volátil, muitos meses antes da eleição.
Dos três principais candidatos, segundo o Datafolha, Moro é o que tinha a base menos sólida. Enquanto 80% dos eleitores de Bolsonaro e 78% dos eleitores de Lula se dizem totalmente decididos a votar neles, só 37% dizia o mesmo de Moro – outros 63% admitiam que ainda poderiam mudar o voto.
No principal cenário pesquisado em fevereiro, Moro obteve seu melhor desempenho entre eleitores com ensino superior completo (11%) e renda acima de 10 salários mínimos (14%), no Sul e no Sudeste (9%). É no mesmo Sul (30%) e com eleitores com a faixa de renda mais alta (39%) que Bolsonaro apresenta seus melhores números.
O eleitorado parecido de Moro e Bolsonaro é o mais resistente a Lula, que tem melhor desempenho entre eleitores com ensino fundamental (55%), jovens de 16 a 24 anos (51%), com renda de até dois salários mínimos (51%). Regionalmente, a fortaleza petista é o Nordeste (54%), enquanto oscila entre 39% e 40% no Nordeste.
Uma outra pesquisa, realizada pela Genial/Quaest em fevereiro, perguntou aos eleitores de cada candidato sobre a segunda opção de voto de eleitores de todos os candidatos. No geral daquele levantamento, Lula teve 45%, Bolsonaro 23% e Moro 7%. É importante lembrar que pesquisas com metodologias diferentes não são comparáveis entre si.
Diante da pergunta em quem o eleitor votaria se não pudesse votar nele, brancos e nulos alcançaram 30%, Bolsonaro 22% e Lula 15%. No levantamento de março da Genial/Quaest, Lula lidera com
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