Dólar volta a R$ 4,70 e Ibovespa recua à espera de ata do Fed e novas sanções

Investidores esperam o aperto monetário mais acentuado em quase três décadas nos EUA, após falas ‘duras’ de dirigente do Fed na véspera

Un cartel de cambio de moneda digital muestra dólares estadounidenses en Turquía. Fotógrafo: Bloomberg Creative Photos
06 de abril, 2022 | 12:39 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) recuou e o dólar (USDBRL) subiu pelo segundo dia seguido, voltando a ser negociado no patamar de R$ 4,70, seguindo a disparada dos rendimentos dos Treasuries e valorização internacional do dólar antes da divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve.

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O rendimento dos Treasuries de 10 anos superam os 2,65%, de volta à faixa negociada em 2018 e 2019, com a expectativa de aperto monetário mais agressivo pelo Fed depois que a governadora Lael Brainard disse que o banco central americano pode reduzir o balanço patrimonial de forma mais rápida já em maio.

No Brasil, a moeda americana chegou a ser negociada a R$ 4,715, com alta de 1,4% pela manhã, antes de reduzir o ritmo de valorização. A Bolsa seguiu o movimento de Wall Street, com perdas acentuadas particularmente na Nasdaq e nas ações de tecnologia, segmentos mais sensíveis ao aperto momentário.

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  • O dólar tinha alta de 0,96%, cotado a R$ 4,694, perto das 13h30;
  • O Ibovespa recuava 0,6%, marcando 118.079 mil pontos;
  • O índice Dow Jones (INDU) recuava 0,7% e o S&P 500 (SPX) tinha baixa de 1,4%; o Nasdaq 100 (NDX) tinha perda de 2,6%;

A expectativa é de que o Fed realize o aperto monetário mais acentuado em quase três décadas, dada a forte alta da inflação e valorização das commodities. Ontem, Lael Brainard afirmou que o banco central americano elevará os juros de forma constante e que reduzirá o balanço patrimonial em ritmo acelerado a partir de maio. A fala mais dura da dirigente contrariou o esperado pelo mercado financeiro, que previa uma redução do balanço patrimonial do Fed para um pouco mais adiante.

Os investidores temem que um banco central mais restritivo possa inibir o crescimento da economia americana, conduzindo-a até mesmo a uma recessão.

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Também contribuía para o sentimento de maior aversão ao risco nesta quarta as novas sanções à Rússia, após alegações de assassinatos de civis em cidades ucranianas agora recapturadas das forças russas. Até o momento, comenta-se a intenção da União Europeia de proibir a importação de carvão mineral russo.

Por aqui, as atenções recaem sobre o noticiário corporativo e sobre a Petrobras (PETR3; PETR4). Segundo um empresário ouvido pela Bloomberg Línea sob a condição de não ser identificado, o nome de Caio Paes de Andrade, cotado para presidir a estatal, sofre oposição de lideranças do setor de óleo e gás.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.

Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.

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