Ibovespa segue mudança em NY e cai após petróleo passar US$ 100

O petróleo WTI voltou a ser negociado acima de US$ 100 o barril alimentando as preocupações com a alta da inflação

Por

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) passou a cair na tarde desta terça com a piora no humor internacional após o petróleo voltar a ser negociado acima de US$ 100 o barril, alimentando as preocupações com a alta da inflação. O dólar manteve a trajetória de baixa, negociado na casa de R$ 4,68, com queda de 0,3%.

As bolsas de Nova York chegaram a operar no azul até o início da tarde após os chamados núcleos do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) de março virem abaixo das previsões dos analistas. Os ganhos, no entanto, cederam com a alta do petróleo esfriando os ânimos em Wall Street antes do início da temporada de resultados financeiros que começa nesta quarta.

O CPI (Índice de preços ao consumidor dos EUA) subiu em março pelo maior nível desde o final de 1981, reforçando as expectativas de que o Federal Reserve aumentará as taxas de juros em meio ponto no próximo mês. Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, os chamados núcleos de preços aumentaram 0,3% em relação ao mês anterior e 6,5% em relação ao ano anterior, ambos abaixo do projetado e devido em grande parte à maior queda nos preços de veículos usados desde 1969.

Com traders avaliando as perspectivas de demanda na China após a flexibilização de algumas restrições no centro financeiro de Xangai, o petróleo se recuperava e tinha alta da ordem de 6,7 na tarde desta terça, com o tipo Brent negociado próximo dos US$ 105 o barril.

Ontem, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto admitiu “surpresa” com os últimos dados de inflação, o que foi interpretado pelo mercado como possibilidade de aumento de juros depois de maio. Segundo Campos Neto, a autoridade monetária vai analisar se as surpresas no IPCA divulgado sexta mudam tendência, e “comunicar no momento mais apropriado”

Na agenda do dia, o volume de serviços no Brasil teve queda de 0,2% entre janeiro e fevereiro de 2022, a segunda taxa negativa consecutiva. Com isso, o setor ficou 5,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 7% abaixo de novembro de 2014, o ponto mais alto da série histórica.

“Os dados ainda vão incorporar a alta dos juros nos próximos meses, ou seja, tendem a continuar relativamente fracos na margem. Mais um desafio à autoridade monetária que terá que conciliar crescimento baixo com juros em alta”, avalia André Perfeito, economist-chefe da Necton.

Confira o desempenho dos mercados na tarde desta terça-feira (12):

  • O Ibovespa recuava 0,5%, por volta das 15h55 (horário de Brasília), negociado aos 116.357 pontos;
  • O dólar à vista recuava 0,3%, negociado a R$ 4,677;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI para janeiro de 2023, que reflete a política monetária este ano, subia de 13,085% para 13,10%. Já o DI para janeiro de 2025 recuava de 11,97% para 12,04%;
  • Nos EUA, o índice Dow Jones (INDU) caía 0,1%, o S&P 500 (SPX) recuava 0,3%, enquanto o Nasdaq 100 tinha baixa de 0,3%

De acordo com a Organização Mundial do Comércio, a guerra da Rússia na Ucrânia retardará a recuperação emergente da economia mundial da pandemia, reduzirá o comércio de mercadorias e potencialmente levará a uma fragmentação mais ampla do comércio global.

-- Atualizado às 15h57 com cotações mais recentes

Com informações da Bloomberg News

Leia também: