Bloomberg — O Credit Suisse (CS) formou um comitê para avaliar seu envolvimento em fusões através de companhias com propósito específico de aquisição diante da perspectiva de mais escrutínio regulatório nos EUA, de acordo com uma pessoa com conhecimento do assunto.
O banco suíço disse à equipe em um memorando que o comitê se concentrará em fusões pendentes envolvendo SPACs norte-americanas, também chamadas de empresas de cheque em branco, disse a pessoa, solicitando anonimato.
Qualquer transação deve ser aprovada tanto pelo novo comitê quanto pelo comitê de serviços de investimento da empresa, disse a pessoa.
A decisão do banco vem na esteira de regras propostas recentemente pela Securities and Exchange Commission, a CVM americana, que abrangem as fusões por SPAC (Special Purpose Acquisition Company, em inglês).
O novo comitê inclui o chefe global de mercados de capitais David Hermer, o chefe de SPACs Niron Stabinsky, o presidente de banco de investimento e mercado de capitais Harold Bogle, e os diretores de renda variável Frank McGee e Conrad Rubin.
Em uma transação chamada deSPAC, um SPAC se funde com um ou mais negócios alvo.
O Credit Suisse trabalhou em IPOs que levantaram mais de US$ 45 bilhões para mais de 100 SPACs listadas nos EUA desde o início de 2020, segundo dados compilados pela Bloomberg. Um porta-voz do banco não quis comentar.
Os bancos de Wall Street foram rápidos em prestar atenção aos esforços de criação de regras da SEC.
A proposta do órgão regulador “que causou as maiores ondas de choque no mercado” é o seu potencial para definir o subscritor de uma oferta pública de SPAC como subscritor em um deSPAC, o que poderia deixá-lo sujeito a passivos, segundo o escritório de advocacia Morrison & Foerster.
“A responsabilidade do subscritor é maior do que os participantes nas transações SPAC esperavam, e pode levar alguns recém-considerados ‘subscritores’ a questionar se a participação no processo SPAC vale o risco”, disseram sócios do escritório em um memorando.
O escritório de advocacia disse que alguns bancos reagiram às regras com ações preventivas, incluindo a suspensão da participação como subscritores de IPOs de SPACs ou agentes de colocação.
Os bancos expostos à passivos de subscritor “vão querer realizar uma auditoria robusta semelhante à dos IPOs mais tradicionais e certamente vão querer ser compensados de acordo”, escreveram os sócios.
Isso pode aumentar o tempo de uma fusão deSPAC, provocando “consequências não intencionais” para os SPACs, que normalmente estabelecem prazos para a conclusão do negócio.
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