Covid: Mutações voltam a preocupar com variantes na China e ômicron XE

OMS informou que uma variante híbrida de duas cepas da ômicron — BA.1 e BA.2 — pode ser a mais contagiosa já vista

Estimativa é que se espalhe 10% mais facilmente do que BA.2, que já se mostrou mais transmissível do que a ômicron original
Por Linda Lew e Michelle Cortez
04 de abril, 2022 | 09:02 AM

Bloomberg — O surgimento de novas variantes da covid na China e a ascensão de uma cepa potencialmente mais contagiosa no Reino Unido trouxeram de volta o foco no risco contínuo representado pelo vírus, ainda que os especialistas digam que não há motivo para entrar em pânico.

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A Organização Mundial da Saúde informou que uma variante híbrida de duas cepas da ômicron — BA.1 e BA.2 — detectada pela primeira vez no Reino Unido e batizada XE pode ser a mais contagiosa já vista. A estimativa é que se espalhe 10% mais facilmente do que BA.2, que já se mostrou mais transmissível do que a ômicron original.

Na China, que enfrenta seu maior surto desde Wuhan, as autoridades relataram duas novas subvariantes da ômicron que não correspondem a nenhuma sequência existente. Não está claro se essas infecções foram eventos pontuais de pouca relevância ou sinal de problemas futuros.

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“Se os esforços das autoridades chinesas para conter o contágio forem ineficazes contra um vírus altamente transmissível, como uma variante ômicron, isso pode se tornar uma ameaça para o resto do mundo”, disse Rajeev Venkayya, que já foi assessor de biodefesa da Casa Branca e assumiu a presidência da farmacêutica Aerium Therapeutics em março. “Sabemos que a transmissão descontrolada do vírus pode levar a mais evolução viral e evolução em torno de vacinas e tratamentos”, tornando-os potencialmente menos eficazes, explicou ele.

A circulação contínua da covid-19 mais de dois anos após a identificação na China — impulsionada pelo desenvolvimento de mutações que causam disparada das infecções e mortes nos mesmos locais repetidamente — ainda é um problema fundamental para um mundo pronto forçado a conviver com o coronavírus. A agência reguladora de alimentos e medicamentos dos EUA (conhecida pela sigla FDA) faz audiência esta semana para discutir quais doses de reforço da vacina serão necessárias e como selecionar alvos entre as estirpes do vírus.

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O número de infecções causadas pelas novas variantes é pequeno em relação à magnitude dos surtos que ainda estão acontecendo em todo o mundo. Além disso, os cientistas identificaram o surgimento de muitas variações que não avançaram.

“Devemos monitorar de perto as novas recombinações, mas não devemos entrar em pânico no momento”, disse o virologista Leo Poon, professor da Universidade de Hong Kong que foi autor de estudos sobre o surgimento de novas cepas.

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