CEO do Citi diz que não será fácil evitar uma recessão nos EUA

Jane Fraser afirma que a Europa está mais propensa a passar por retração econômica, ecoando um tom de alerta de colegas do JPMorgan e do Goldman

Jane Fraser, CEO de Citi
Por Jennifer Surane
03 de junio, 2022 | 12:51 PM
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Bloomberg — Os Estados Unidos terão dificuldades para evitar uma recessão econômica, disse Jane Fraser, CEO do Citigroup (C).

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“Uma recessão na Europa definitivamente parece mais provável do que o que vemos nos EUA”, disse Fraser, que acabou de voltar de uma viagem à Europa e à Ásia, em uma conferência com investidores nesta sexta-feira (3). Mas mesmo nos EUA, uma recessão “não é fácil de evitar”.

Fraser disse que os operadores do Citigroup estão lidando com uma explosão de atividade de clientes corporativos que procuram ajustar suas apostas de juros e nas 10 moedas mais negociadas de países desenvolvidos. Mas essa volatilidade pode diminuir em breve à medida que os investidores se adaptam ao ritmo de aumentos de juros que o Federal Reserve estabeleceu para os EUA, disse ela.

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“Acho que no lado dos mercados tem sido saudável”, disse Fraser. “É uma volatilidade muito boa e é onde estamos ajudando os clientes a gerenciar câmbio, gerenciar a volatilidade.”

As áreas de aquisições e colocações do banco sediado em Nova York sofreram uma desaceleração na atividade em comparação com os níveis elevados do ano passado. Na maioria dos casos, o Citigroup está vendo os negócios serem adiados em vez de totalmente cancelados, disse ela.

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“Provavelmente temos um pouco menos de confiança sobre o quão ativo será o segundo semestre do ano”, disse Fraser. “Você pode ver mais algumas coisas voltando, então estamos em um modo um pouco mais de esperar para ver o que acontece.”

Fraser ecoou dessa forma o discurso de alerta dado na véspera por dois de seus pares em Wall Street. Na quarta (1), o CEO do JPMorgan (JPM), Jamie Dimon, disse que, apesar da calmaria que descreveu como aparente neste momento, há um furacão econômico que está por vir.

No dia seguinte, foi a vez de o presidente do Goldman Sachs (GS), John Waldron, alertar para “choques sem precedentes” na economia.

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Executivos de grandes empresas de outros setores também estão adotando esse tom de cautela em declarações públicas. Até o homem mais rico do mundo, o CEO e fundador da Tesla (TSLA), Elon Musk, reconhecido por suas declarações pró-negócios e inovação, disse em e-mail interno da empresa de carros elétricos que está com um “sentimento muito ruim” sobre a economia.

O pano de fundo é o processo de aperto monetário e quantitativo - redução da liquidez de capital do mercado - promovido pelo Federal Reserve, o banco central americano, para conter uma inflação ao consumidor que está nos maiores níveis desde o começo da década de 1980.

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-- (Atualiza às 16h14 com aspas)

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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