Bloomberg — O mercado de ações deve começar a semana pressionado pelo relatório de emprego nos Estados Unidos, que acabou deixando a porta aberta para que o Federal Reserve mantenha uma postura assertiva em relação à inflação no país. Os mercados futuros iniciaram a semana em queda no Japão e Austrália. O S&P 500 recuou pela oitava semana em nove, enquanto as ações chinesas negociadas nos Estados Unidos caíram, o que pode aumentar a pressão sobre os negócios em Hong Kong.
Durante a segunda-feira na Ásia, o mercado viu o dólar ser negociado dentro de intervalos apertados. A libra reduziu os ganhos registrados no início dos negócios em meio aos riscos em torno de um voto de confiança na liderança do primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
O volta a ter as atenções do mercado. A Arábia Saudita reajustou os preços do barril para os países da Ásia acima do que era esperado. Além disso, o governo americano estava considerando permitir que um maior volume de petróleo sancionado do Irã entrasse no mercado internacional, como medida para suprir a queda no abastecimento da Rússia.
Na sexta-feira, o valor do petróleo bruto se aproximou de US$ 120 o barril e chegou à sexta semana consecutiva de ganhos. O movimento foi uma resposta do mercado ao aumento modesto na produção anunciado pela Opep+, durante uma reunião que não conseguiu amenizar as preocupações em relação à escassez na oferta.
Na semana que começa, os operadores também acompanharão de perto os dados do relatório de preços ao consumidor dos Estados Unidos referentes ao mês de maio. O dado pode ser um indicativo para que o mercado avalie se a inflação americana chegou ao seu pico.
O relatório de contratações nos Estados Unidos em maio superou as expectativas do mercado. Com isso, os rendimentos dos títulos do tesouro americano e o dólar acabaram se fortalecendo na última sexta-feira.
Agora, o sentimento dos investidores é que um Fed mais restritivo possa levar a economia americana à recessão. O relatório de empregos reprimiu algumas preocupações de que a economia está desacelerando muito acentuadamente, mas também fortaleceu a visão de que o Fed continuará elevando as taxas para diminuir a inflação.
“A questão crítica para os mercados é se a inflação pode ser controlada pelos bancos centrais sem gerar uma recessão”, disse Shane Oliver, chefe de estratégia de investimentos e economista-chefe da AMP Capital, em nota. “As ações provavelmente terão volatilidade contínua de curto prazo, à medida que os bancos centrais continuam a se apertar para combater a inflação alta, a guerra na Ucrânia continua e os temores de recessão permanecem”.
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