Bridgewater, de Ray Dalio, faz aposta de US$ 5,7 bi contra ações europeias

Maior gestora de hedge funds do mundo monta posição vendida antes do esperado aperto monetário na zona do euro, acreditando na queda dos ativos

Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, é considerado um dos investidores mais bem-sucedidos da história
Por Nishant Kumar
16 de junio, 2022 | 10:24 AM

Bloomberg — A Bridgewater Associates, do lendário investidor Ray Dalio, tornou-se o player com a maior aposta na queda das ações europeias, com uma posição de US$ 5,7 bilhões como short seller. Ou seja, que ganhará com a desvalorização das cotações.

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O mercado europeu se prepara para o primeiro aumento na taxa de juros - no patamar atual negativo de 0,50% - em mais de uma década no próximo mês, conforme sinalizado pelo Banco Central Europeu (BCE). O objetivo, como em outros lugares do mundo, é combater a inflação, que está no maior patamar da história da zona do euro - atingiu 8,1% na taxa anual em maio.

O investimento do maior hedge fund do mundo - o equivalente no Brasil aos multimercados - inclui uma posição de US$ 1 bilhão contra a empresa holandesa de semicondutores ASML Holding e outra de US$ 752 milhões contra a gigante francesa de petróleo TotalEnergies, segundo dados compilados pela Bloomberg com base em registros regulatórios.

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A Bridgewater montou posições vendidas contra 18 companhias em mercados europeus.

Investidores com posição short (vendida) alugam ações para vendê-las a determinados preços com a expectativa de queda mais adiante, o que permitirá comprar mais barato e embolsar a diferença. É uma modalidade que ganha força em momentos com muita volatilidade e em mercados em baixa.

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Não está claro se as apostam visam o lucro em cima de ações em declínio ou se fazem parte de uma estratégia de hedge - proteção - da Bridgewater, que usa modelos quantitativos para investir.

O volume total de posições vendidas da gestora pode ser ainda maior porque as empresas de investimento não são obrigadas a revelar publicamente apostas de menor valor.

A Bridgewater, que tem cerca de US$ 150 bilhões em ativos sob gestão, se tornou a empresa com a maior posição vendida contra ações europeias.

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Um porta-voz da Bridgewater não quis comentar o caso fora do horário comercial. Em entrevista publicada uma última terça-feira (14) no jornal italiano La Repubblica, Dalio contou que está comprando ativos que ofereçam proteção contra a inflação, ao mesmo tempo em que reduz as posições de ativos de dívida e de países com riscos domésticos ou de guerra.

Posições vendidas representam uma estratégia já testada pela Bridgewater na região. Em 2020, as apostas chegaram a US$ 14 bilhões; dois anos antes, o volume foi de US$ 22 bilhões.

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