Bloomberg Línea — O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira (13) que há “indícios que levam a crer que fizeram alguma maldade” com o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Philips, desaparecidos no Vale do Javari, região da Amazônia próxima da fronteira com Peru. Os dois estão desaparecidos desde 5 de junho.
“Os indícios levam a crer que fizeram alguma maldade com eles, porque já foram encontrados boiando no rio vísceras humanas que já estão em Brasília para fazer DNA. Pelo prazo, pelo tempo já temos hoje, oito dias, indo para o nono dia, que isso aconteceu. Vai ser muito difícil encontrá-los com vida. Peço a Deus que isso aconteça”, disse o presidente à rádio CBN Recife.
Parentes britânicos de Phillips disseram que foram contatados pela embaixada brasileira em Londres na manhã desta segunda, informando-os que dois corpos não identificados foram encontrados durante a operação de busca. “Ele não descreveu o local e apenas disse que era na floresta tropical e disse que eles estavam amarrados a uma árvore e ainda não haviam sido identificados”, disse o cunhado de Phillips, Paul Sherwood, ao jornal britânico The Guardian – para o qual o jornalista costumava trabalhar como freelancer.
Logo depois, a Polícia Federal negou que os dois corpos foram localizados. Indígenas, que também participam das buscas, também disseram que não tinham informações da localização dos corpos. As buscas estão concentradas em uma área da floresta onde suas equipes de busca encontraram, no domingo, um cartão de saúde e roupas do brasileiro e uma mochila pertencente ao britânico.
A antropóloga Beatriz Matos, esposa de Bruno Pereira, usou o Twitter para cobrar novos esclarecimentos sobre o paradeiro do indigenista após ter sido informada pela PF que o marido e o jornalista não foram localizados.
Na manhã de hoje, centenas de indígenas realizaram uma manifestação por Atalaia do Norte, cidade do Amazonas que era o destino de Pereira e Phillips quando viajavam de barco no domingo, naquilo que deveria ser um trajeto de duas horas no rio, um deslocamento curto para o padrão amazônico.
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