Bolsonaro é o maior beneficiado no impasse da terceira via, diz pesquisa

Segundo pesquisa XP/Ipespe, presidente saltou de 26% das intenções para 30%, seu primeiro salto acima da margem de erro desde agosto

Desistência de Moro e retirada de Eduardo Leite da corrida eleitoral fizeram Bolsonaro ter seu melhor desempenho de intenções de voto, diz pesquisa
06 de abril, 2022 | 11:45 AM

A indefinição na chamada terceira via e as últimas movimentações dos cotados para ser candidato beneficiou o presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo pesquisa XP/Ipespe divulgada nesta quarta-feira (6), diante da desistência de Sergio Moro (União Brasil) e da retirada do nome de Eduardo Leite (PSDB) da corrida, as intenções de voto em Bolsonaro subiram de 26% para 30% desde o último levantamento.

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É o maior percentual já registrado pelo presidente e o primeiro salto acima da margem de erro da pesquisa (3,2 pontos) desde agosto do ano passado. O ex-presidente Lula (PT), favorito na disputa, se manteve estável com 44% das intenções de voto. A pesquisa foi feita entre os dias 2 e 5 de abril. É a primeira, portanto, que registra a reação do eleitor diante do noticiário envolvendo os candidatos da terceira via.

Na semana passada, o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) chegou a ameaçar desistir de sua candidatura e deixar o partido. Mas, se manteve no páreo e renunciou ao governo. Já Moro deixou o partido pelo qual pretendia concorrer, o Podemos, e se filiou ao União Brasil - que lhe impôs a condição de não concorrer à Presidência da República.

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Eduardo Leite, ex-governador do Rio Grande do Sul, era considerado um possível candidato a presidente pelo PSDB. Mas o partido decidiu seguir com Doria, que venceu as prévias da legenda no ano passado, e a situação de Leite ficou indefinida. Ele deixou o governo gaúcho, mas não anunciou ainda se será ou não candidato.

De acordo com a XP, a saída de Moro e Leite também beneficiou Doria, Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) - embora todos tenham ficado na margem de erro.

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Avaliação do governo

Além de mostrar uma melhora na situação eleitoral de Bolsonaro, a pesquisa também viu aumentar a avaliação positiva do governo do presidente, ainda que dentro da margem de erro. A proporção de eleitores que avaliam o governo como ruim e péssimo segue estável em 54%, mas a avaliação “ótimo ou bom” subiu de 26% para 29% da última pesquisa para cá.

As avaliações de “regular” também caíram, de 19% para 15%. Segundo o pesquisador Bruno Carazza, da Fundação Dom Cabral, disse no Twitter, esse dado é “evidência de que Bolsonaro está reconquistando parte de seu eleitorado de 2018″.

Mas os números ainda são desfavoráveis. De acordo com a pesquisa, 63% dos eleitores desaprovam o governo Bolsonaro, cifra que duas semanas atrás era de 65%. Já a aprovação saiu de 31% para 33% no mesmo período. A quantidade de pessoas que acha que a economia está no caminho errado sob Bolsonaro seguiu em 63%, mas os que acham que a economia está no caminho certo subiram de 27% na última pesquisa para 29%.

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A pesquisa ouviu mil pessoas por telefone entre os dias 2 e 5 de abril. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O registro no TSE é BR-03874/2022.

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Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.

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