Bloomberg Línea — Às vésperas de uma Super Quarta, com decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, o Ibovespa (IBOV) oscilou ao longo da sessão e fechou esta terça-feira (3) no vermelho. Em movimento contrário, os principais índices americanos fecharam em alta, com investidores se preparando para o comunicado do Federal Reserve na tarde de amanhã.
Os mercados se agitaram em meio a preocupações com espirais inflacionárias persistentes e riscos ao crescimento global decorrentes do aumento dos rendimentos. Espera-se que o presidente do Fed, Jerome Powell, e seus colegas elevem as taxas em 50 pontos base na quarta-feira e sinalizem que estão a caminho de levá-las para cerca de 2,5% até o final do ano. Não está claro, porém, se isso será suficiente para domar a inflação, que está acima da meta do banco central.
O Fed terá que aumentar as taxas para até 5% no momento em que o mundo enfrenta uma “tempestade perfeita” de potenciais recessões nos EUA, União Europeia e China, disse o ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional Kenneth Rogoff, à Bloomberg News. Os mercados de títulos continuarão a enfrentar pressões da inflação e da política monetária mais apertada, tornando as ações uma aposta melhor durante esta fase do ciclo econômico, observou a Pacific Investment Management em sua perspectiva de alocação de ativos de maio.
Confira como fecharam os mercados nesta terça-feira (3):
Atenção no Copom
O Banco Central está gastando bilhões de dólares para conter a disparada recente do dólar, mas para os investidores nada seria mais eficaz do que uma sinalização hawkish da autoridade monetária.
Uma abordagem agressiva em relação à inflação é fundamental para reverter o avanço de duas semanas do dólar, o que nem os US$ 2,1 bilhões em intervenção à vista e swaps desde 22 de abril conseguiu. Apesar das recentes quedas, o real continua sendo a moeda de melhor desempenho neste ano.
O destino da moeda deve estar atrelado às palavras escolhidas para o comunicado sobre a decisão do Copom na quarta-feira, que pode deixar a porta aberta para mais aperto monetário. A curva de juros atualmente precifica um aumento de 1 ponto porcentual nesta semana e mais 0,50 pp em junho. Qualquer coisa mais dovish do que isso provavelmente será mal recebida.
Mais cedo, na agenda de indicadores domésticos, a produção industrial brasileira, veio em linha com as estimativas e subiu 0,3% em março. O resultado foi impactado pela produção de bens de capital, que subiu na margem 8%. A variação, contudo, não foi suficiente para reverter a queda de 2,1% em 12 meses nem a de 4,5% no ano, segundo o IBGE.
-- Com informações de Bloomberg News
Leia também:
Marca do Itaú é avaliada em US$ 8 bi, a mais valiosa do país, diz estudo
Pessimistas dizem que S&P 500 ainda pode cair 700 pontos
Acionistas do Nubank podem vender US$ 26 bi em ações com fim do lock-up