Bloomberg Línea — A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou na quarta-feira (4) o uso emergencial do medicamento molnupiravir para o tratamento da covid-19. O antiviral, conhecido também pelo nome de Lagevrio, é desenvolvido pela farmacêutica Merck Sharp & Dohme (MSD), e atua impedindo a replicação do coronavírus no organismo.
De acordo com a Anvisa, em nota, nos ensaios clínicos o molnupiravir mostrou efeitos benéficos a pacientes adultos com casos leves e moderados, com capacidade de reduzir os casos de hospitalização e mortes. “De uso domiciliar, ele funciona de modo a reduzir as chances do vírus Sars-CoV-2 se multiplicar e reproduzir no corpo”, diz o comunicado.
Mesmo com a aprovação, a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, reafirmou a necessidade da vacinação completa para conter as transmissões do coronavírus.
“Reitero que a vacinação continua sendo a melhor estratégia para evitar a covid-19 grave, hospitalizações e óbitos. Aqueles que não completaram o curso completo de vacinação têm mais chances de apresentar sintomas moderados ou graves em comparação com aqueles que receberam um reforço, especialmente os mais vulneráveis”.
Nesta quinta-feira (5), o Instituto de Tecnologia em Fármacos da Fundação Oswaldo Cruz (Farmanguinhos/Fiocruz) anunciou um acordo de cooperação tecnológica com a farmacêutica americana MSD para produzir o antiviral no Brasil.
Num primeiro momento, a Fiocruz será responsável pela importação, administração, testagem, armazenagem, embalagem, rotulagem, liberação e fornecimento do medicamento para o Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto a transferência da tecnologia para a produção nacional do molnupiravir deve ser totalmente viabilizada ao longo dos próximos dois anos, de acordo com a Fiocruz.
O acordo também prevê ensaios clínicos para verificar a eficácia em um eventual uso profilático para a covid-19, além de estudos experimentais da atividade do medicamento contra outros vírus, como o da dengue e da chikungunya.
O medicamento já foi aprovado nos Estados Unidos, Europa, Japão, Reino Unido, Austrália e também pela Organização Mundial da Saúde, a OMS, e é utilizado em 17 países.
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