Alemanha intercepta comentários de soldados russos sobre eventos em Bucha

Autoridades do país afirmam que dados indicam que massacre de civis pode ter sido ordenado para causar terror

Rússia afirma que imagens do massacre na cidade são falsas
Por Patrick Donahue
07 de abril, 2022 | 03:23 PM

Bloomberg — A inteligência alemã interceptou transmissões de rádio entre soldados russos que discutiam matar civis fora de Kiev, possivelmente reforçando a evidência de que as forças do Kremlin realizaram as atrocidades em Bucha, informou a revista Der Spiegel nesta quinta-feira (7).

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Autoridades alemãs, que apresentaram a inteligência aos legisladores em Berlim na quarta-feira (6), afirmam que as interceptações indicam que o assassinato de civis na cidade de Bucha, perto da capital ucraniana, não foi um ato de forças rebeldes, mas pode ter sido parte de uma estratégia deliberada para fomentar o terror, segundo a revista. A Rússia disse que as imagens de cadáveres de civis encontrados em Bucha após a retirada do Kremlin foram encenadas.

Os Estados Unidos impuseram um novo conjunto de sanções e a União Europeia está elaborando a própria lista de medidas após as alegações de assassinatos cometidos por forças russas, os quais líderes globais, incluindo o presidente Joe Biden, chamaram de crimes de guerra.

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As interceptações relacionaram os dados de localização com a posição dos corpos encontrados em Bucha, informou a revista. Em uma conversa, um soldado afirma que atirou e matou um ciclista. Outra trazia um indivíduo que dizia que transeuntes devem inicialmente ser interrogados e depois executados.

As informações alemãs indicavam que mercenários do Grupo Wagner, uma empresa militar privada russa, podem estar envolvidos nas atrocidades, informou a Spiegel. Testemunhas descreveram jovens soldados que inicialmente chegaram em Bucha durante a primeira fase da invasão, que começou em 24 de fevereiro, e depois foram substituídos por outros quando começaram os ataques contra civis. Alguns alegaram que havia chechenos entre eles, segundo a Spiegel.

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As autoridades alemãs também estavam analisando gravações que não puderam ser localizadas, aumentando os temores de que atrocidades pudessem ter sido cometidas em outros lugares, e havia alguns indícios de comentários em Mariupol, relatou a Spiegel.

--Este texto foi traduzido por Bianca Carlos, localization specialist da Bloomberg Línea.

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