Ações americanas e brasileiras sobem com força em dia de apetite risco

Mercados acompanham comentários de autoridades de que pior para a economia pode ter ficado para trás

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Bloomberg — As ações americanas subiam nesta segunda-feira (23), levando junto as negociadas na B3, depois do presidente dos EUA, Joe Biden, sinalizar que reconsideraria as tarifas da China impostas pelo governo Trump.

Enquanto isso, os grandes bancos lideravam os ganhos no S&P 500 depois que o chefe do JPMorgan (JPM) Jamie Dimon, disse que “nuvens de tempestade” sobre a economia dos EUA podem se dissipar. Já o euro subia depois que a chefe do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse que taxas de juros mais altas estão chegando em julho.

“Os mercados estão esperando um rali há algum tempo”, escreveu Paul Nolte, gerente de portfólio da Kingsview Investment Management. “Não é provável que signifique o fim do declínio que começou no início do ano, mas uma pausa nas vendas persistentes dos últimos dois meses.”

Já Biden disse que os militares dos EUA interviriam para defender Taiwan em qualquer ataque da China, comentários que pareciam romper com a política de longa data de “ambiguidade estratégica” antes de serem rejeitados por funcionários da Casa Branca. Enquanto isso, seu governo anunciou que uma dúzia de países do Indo-Pacífico se juntará aos EUA em uma ampla iniciativa econômica destinada a combater a influência da China na região.

O bloqueio da Rússia aos portos da Ucrânia é uma “declaração de guerra” que ameaça desencadear a migração em massa e uma crise alimentar global, disse uma autoridade das Nações Unidas, acrescentando aos terríveis alertas no dia de abertura do Fórum Econômico Mundial em Davos. Um diplomata da missão da Rússia na ONU em Genebra renunciou em protesto contra a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin, tornando-se o primeiro enviado a criticar publicamente a guerra.

As ações têm sido voláteis à medida que os investidores avaliam o impacto das políticas de covid da China e do aperto monetário nas perspectivas para as maiores economias do mundo. Pequim relatou um número recorde de casos, revivendo as preocupações com o bloqueio e adotou várias medidas para estabilizar ainda mais a economia.

A ata da mais recente reunião de fixação de taxas do Federal Reserve dará aos mercados uma visão desta semana sobre o caminho de aperto do banco central dos EUA. O presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que o banco central deve antecipar uma série agressiva de aumentos de juros para empurrar as taxas para 3,5% no final do ano, o que, se bem-sucedido, reduziria a inflação e poderia levar a uma flexibilização em 2023 ou 2024.

“O cenário macro continua desafiador, mas muitas más notícias foram absorvidas. Provavelmente estamos nos aproximando de um fundo de curto prazo em ativos de risco”, escreveu o estrategista do Barclays, Ajay Rajadhyaksha, em nota.

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