Por que até os grandes fundos dos EUA estão fugindo de ações

Incertezas elevadas sobre próximos passos do Fed desencadearam uma rara onda de grandes investidores desmontando posições

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Bloomberg — Apesar de muitas previsões confiantes, ninguém sabe o que acontecerá na reunião do Federal Reserve nesta quarta-feira (15) e quais os próximos passos do banco central dos Estados Unidos, muito menos qual será o impacto nos mercados. Investidores profissionais, no entanto, não esperam para descobrir. A decisão será anunciada às 15h (de Brasília).

Particularmente entre gestores que usam como base de suas estratégias sinais quantitativos, a exposição a ações e outros ativos de risco foram cortados ao mínimo. Semanas de vendas de ativos empurraram o posicionamento sistêmico medido pelo Deutsche Bank dois desvios padrão abaixo dos níveis médios em dados a partir de 2010, entre outros exemplos.

Fundos alavancados também foram rápidos, vendendo ações ao ritmo mais rápido já registrado nos dois dias até segunda-feira (13), segundo dados da corretora do Goldman Sachs. Eles saem à medida que a volatilidade implícita dos ativos financeiros atinge níveis não vistos em nenhuma sessão anterior à decisão do Fed em mais de uma década.

Tudo isso é prova da incerteza sobre a reunião do Fed, em que se espera qualquer coisa entre 0,50 ponto percentual a 1,0 ponto completo de aumento na taxa básica de juros. A taxa está no intervalo entre 0,75% e 1%.

Os preços das ações foram achatados na corrida para a saída, com o S&P 500 caminhando para o pior mês desde a liquidação no início da pandemia em 2020. A turbulência dos títulos está em toda parte, com os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dois anos atingindo o nível mais alto desde 2007.

“Todo mundo está fugindo para o dinheiro em caixa porque tem medo da inflação descontrolada”, disse Benjamin Dunn, presidente da Alpha Theory Advisors. “Há apocalípticos por aí dizendo que os formuladores de política monetária não podem arquitetar o que precisam fazer para derrubar os preços sem quebrar completamente o mercado de títulos.”

A ansiedade é evidente. Em nota publicada na terça (14), o Goldman disse que as posições vendidas de seus clientes de fundos de hedge - o equivalente a multimercados no Brasil - subiram “agressivamente” nas duas sessões anteriores, com fundos negociados em bolsa (os ETFs) dominando os fluxos.

Um indicador do apetite ao risco que leva em consideração tanto as apostas de alta quanto de baixa - conhecidas como alavancagem bruta - ficou perto das mínimas de cinco anos.

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