Disparada do dólar impulsiona corrida por hedge em opções

O real foi a moeda com pior desempenho no mundo nos últimos três dias, com uma queda de mais de 7%

Câmbio está sendo pressionado pela preocupação de que o Banco Central cumpra seu plano de encerrar o ciclo de aperto monetário em maio
Por Davison Santana
26 de abril, 2022 | 04:08 PM

Bloomberg — A dispara do dólar está estimulando uma corrida em busca de proteção por meio de opções, o que eleva o custo de hedge contra depreciação adicional do real para o patamar mais alto em mais de um ano.

A volatilidade implícita de um mês da moeda subiu 3,3 pontos percentuais nos últimos três dias, para 20,9%, a maior desde março de 2021. O real foi a moeda com pior desempenho no mundo nesse período, com uma queda de mais de 7%. Agora o dólar se aproxima do nível psicológico chave de R$ 5,00.

Os operadores estão reduzindo as apostas na valorização do real após um forte rali que o tornou a moeda de melhor desempenho entre as principais divisas neste ano. A alta da taxa de juros no Brasil e sua economia ligada a commodities atraíram investidores estrangeiros para o mercado local, mas o rali também tornou o real mais vulnerável a uma correção, o que fica claro na oscilação da moeda nesta terça-feira (26). Enquanto o dólar sobe cerca de 2%, com o real liderando perdas entre os principais pares, o desempenho dos juros futuros e da bolsa no Brasil está em linha com pares.

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Traders correm para se proteger contra a volatilidade repentina da moeda

Embora o principal impulsionador da liquidação do real seja externo, o câmbio também está sendo pressionado pela preocupação de que o Banco Central cumpra seu plano de encerrar o ciclo de aperto monetário em maio, apesar dos dados de inflação acima do esperado. A alta do dólar o BC a agir - a autoridade monetária anunciou intervenção nesta terça-feira, ofertando cerca de US$ 500 milhões em swaps cambiais. Na última sexta-feira, o banco vendeu US$ 571 milhões no mercado à vista, a primeira intervenção desse tipo neste ano.

“‘Eles têm sido bastante claros de que não estão defendendo um nível, mas suavizando flutuações´´, disse Olga Yangol, chefe de estratégia de mercados emergentes para as Américas no Credit Agricole. “Eu não espero que eles defendam R$ 5,00”.

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