(Bloomberg) – Ficou muito caro exportar soja do Brasil, o maior fornecedor mundial. Isso segundo a Cargill, uma das maiores tradings globais da oleaginosa. O aumento no preço do diesel e a piora das condições das estradas levaram a preços de frete caros.
O custo para exportar soja nesta safra superou as estimativas da Cargill para taxas de frete em pelo menos 25%, o que reduziu as margens, segundo Paulo Sousa, que comanda as operações da Cargill no país.
“A logística foi muito complicada para a safra de verão do Brasil”, disse Sousa, em entrevista por telefone. “Quem poderia prever os preços do petróleo nos níveis atuais?”
O aumento dos custos de combustível em um dos maiores exportadores de safras do mundo ganhou destaque porque ameaça acelerar ainda mais a inflação de alimentos que afeta o mundo todo.
O transporte já é um dos maiores custos para levar as lavouras dos campos até seus destinos finais, que no caso da soja pode ser uma operação de engorda de gado ou uma planta de processamento de alimentos.
No Brasil, mais da metade da produção de grãos e oleaginosas é transportada das fazendas para os portos por meio de caminhões, e os preços dos combustíveis determinam em grande parte as taxas de frete.
Um ponto positivo é que as margens de esmagamento de soja são “excelentes” em meio à forte demanda por óleo de soja, disse Sousa. Além disso, a Cargill não espera nenhum encolhimento na área plantada com soja, mesmo com o aumento dos custos de fertilizantes, porque ainda é lucrativo cultivar a oleaginosa.
Embora os agricultores possam usar menos fertilizantes, é muito cedo para estimar as perdas de rendimento com isso, disse Sousa.
O milho também pode trazer mais lucros para os exportadores do Brasil. A demanda deve aumentar nos próximos meses em meio à queda na oferta do Mar Negro devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, dois importantes produtores.
©2022 Bloomberg L.P.
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